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Tiago Mitraud

O guia do corporativista no Congresso Nacional

25 de outubro de 2019

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Alguns grupos específicos têm um método para pressionar parlamentares a atender seus interesses. Mas não adianta: não vou ceder a eles

Desde o início do meu mandato, há quase nove meses, já lidei com dezenas de grupos de interesse que estão semanalmente no Congresso para levar seus pontos de vista aos parlamentares e tentar influenciar nossos posicionamentos e votos nas matérias em tramitação.

A atuação de qualquer cidadão, da sociedade civil organizada ou qualquer grupo é legítima, e vejo como dever dos congressistas e suas equipes ouvir e entender o ponto de vista de quem quer que seja. Tal processo faz parte da democracia, desde que esta atuação seja feita sem violar qualquer princípio ético, é claro, como oferecer contrapartidas aos parlamentares em troca do voto ou defesa de determinado interesse.

Já aprendi muito e mudei ou amadureci minha opinião a respeito de vários temas após conversas com esses representantes, ao passar a compreender melhor determinado assunto a partir das informações trazidas.

Porém, sou muito crítico à atuação de determinados grupos específicos que, em vez de buscarem informar e convencer os parlamentares, atuam basicamente pelo instrumento da pressão. Buscam influenciar o voto não por meio do argumento, mas sim achacando deputados nos corredores, comissões e redes sociais.

Infelizmente, não são poucos os grupos que atuam com este modus operandi. Preenchem as salas das comissões para intimidar os parlamentares, muitas vezes interrompendo as falas contrárias aos seus interesses com gritos e cantos de guerra.

Tiago Mitraud

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