Coluna

Paulo Paim

O Congresso, a pandemia e a população brasileira

21 de agosto de 2020

Temas

Compartilhe

É preciso aproximar o povo das decisões do país, aprimorar as instituições públicas e a democracia

O Congresso Nacional tem sido fundamental no combate à pandemia da covid-19 e de toda a crise advinda dela. É autor de 9 em cada 10 medidas — 90% dos projetos que viraram lei são oriundos de deputados e senadores. Entre eles estão o auxílio emergencial de R$ 600, a Lei Aldir Blanc, a ajuda financeira de R$ 60 bilhões aos estados e municípios e a ampliação do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). A ampliação do Fundeb, assim como torná-lo permanente, também foi uma iniciativa do Congresso. Sem investir em educação não vamos a lugar nenhum.

Estamos pleiteando junto ao colégio de líderes a aprovação de outras medidas de extrema importância neste cenário, como o PL 2179 , sobre marcadores sociais, que combate as subnotificações raciais, e o PL 3603 , que obriga as empresas a assegurar a realização de testes e exames para detecção do coronavírus. É preciso ter consciência de que enfrentar o racismo estrutural faz parte do combate à pandemia. De cada dez mortos devido à covid-19, sete são pretos e pardos.

Por mais que façamos tudo, ainda tudo será muito pouco para amenizar a dor e a saudade dos que se foram, para acender uma luz aos milhões que sofrem pela contaminação. O país errou quando não foi duro o suficiente com o isolamento social e o uso de máscaras, práticas recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), errou feio quando menosprezou a gravidade do problema.

Há anos falam que o Estado brasileiro é gigantesco e que impede o desenvolvimento do país. Agora vemos quão ele é necessário. Um exemplo é o SUS, que tem atendido milhões de brasileiros durante a pandemia. Em dois meses, quase 300 mil pessoas deixaram os planos privados de saúde, devido à crise, e migraram para esse sistema.

O seu atendimento é gratuito e universal, importantíssimo nas relações comunitárias. 140 milhões dependem dele — homens, mulheres, jovens, crianças, idosos, principalmente os pobres, os miseráveis e os vulneráveis. Mas é preciso investir mais na sua estrutura, expandir a sua área de ação, melhorar o atendimento e o gerenciamento, colocar mais profissionais.

Paulo Paim

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do Nexo.

Navegue por temas