‘Consentimento não é algo dado, mas uma negociação contínua’
Isadora Rupp
31 de agosto de 2024(atualizado 31/08/2024 às 23h25)Livro recém-lançado amplia debate sobre violência sexual. Autora fala ao ‘Nexo’ sobre argumento de que nem todas as mulheres têm liberdade para dizer não
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A ótica do consentimento – dizer sim ou não – é usada como métrica para definir se a relação sexual entre um homem e uma mulher, por exemplo, foi legítima e lícita. Nos anos recentes, houve uma profusão de campanhas, como a do “Não é não!”, que buscaram conscientizar sobre esse tema.
Embora essa tenha sido uma informação crucial para ampliar o debate sobre o consentimento, a lógica binária, que é uma baliza jurídica fundamental, não é o único parâmetro para definir agressões, violência ou crime, defendem as autoras do recém-lançado livro “Precisamos falar de consentimento: uma conversa sobre violência sexual além do sim e do não” (ed. Bazar do Tempo), escrito pela psicóloga Arielle Sagrillo Scarpati, pela antropóloga Beatriz Accioly Lins e pela promotora Silvia Chakian.
Cada uma das autoras traz referências de suas áreas de estudo para ampliar o debate sobre o assunto, e defendem que o consentimento não pode ser alardeado como a solução para os problemas de violência sexual no Brasil, onde uma mulher é vítima de estupro a cada oito minutos.
Na entrevista abaixo ao Nexo, Sagrillo, que é doutora em psicologia forense pela Universidade de Kent, na Inglaterra, e trabalha há mais de uma década com pesquisas sobre violências de gênero e vulnerabilidade sociais, explicou sobre as nuances que envolvem o consentimento e falou sobre as falhas dos mecanismos de proteção às mulheres.
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