Outubro Rosa: por que a campanha traz questionamentos
Tatiana Dias
09 de outubro de 2016(atualizado 28/12/2023 às 02h28)Evidências científicas questionam eficácia da mamografia de rotina. Autoexame já não é mais recomendação para prevenção nos Estados Unidos
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Criado nos EUA na década de 1990, o movimento Outubro Rosa faz, todos os anos, uma intensa campanha de prevenção contra o câncer de mama. Por todo o país, entidades realizam mutirões de conscientização e exames, como a “ carreta da mamografia ”.
A iniciativa funciona ao jogar luz e disseminar informação sobre o tema. O problema é que algumas das recomendações contrariam as evidências científicas sobre as doenças, que nos últimos anos passaram a questionar os exames de rotina feitos em pessoas saudáveis.
A iniciativa de promover a prevenção é inquestionável. A detecção precoce do câncer de mama aumenta as chances de cura da doença, que mata 12 mil mulheres por ano. O problema é que a maneira como a prevenção é propagandeada esconde dois fatores, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer): a mamografia é um exame que tem riscos; e ela pode não reduzir mortalidade provocada pela doença , segundo um estudo realizado no Canadá por pesquisadores da Universidade de Toronto.
A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que a mamografia seja realizada anualmente a partir dos 40 anos. Mas o Ministério da Saúde, por meio do Inca, diz que esse exame deve ser feito a cada dois anos por mulheres acima de 50 anos, mesmo aquelas que não tenham sinal da doença. Demais métodos preventivos, assim como a própria mamografia em outras faixas etárias, “tiveram recomendação contrária”, segundo o Inca.
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