Quem foi Steve Biko e como ele se tornou um ícone contra o apartheid
Murilo Roncolato
12 de setembro de 2017(atualizado 28/12/2023 às 02h39)Preso e morto durante interrogatório policial em 1977 na África do Sul, líder defendia a consciência negra como saída para o apartheid
Há 40 anos, no dia 12 de setembro de 1977, morreu o ativista negro antiapartheid Steve Biko com apenas 30 anos de idade. A notícia de sua morte repercutiu mundialmente. O jornal americano The New York Times se referiu a ele como “provavelmente o jovem líder negro mais influente da África do Sul”, enquanto o inglês The Guardian o classificou como “talvez o único líder sul-africano com poder de reivindicar o apoio massivo dos jovens negros radicais” desde o levante de Soweto, em 1976.
Nelson Mandela, ícone do movimento contrário ao apartheid — regime que dividiu o país em grupos raciais e cerceou direitos a todos com exceção da minoria branca entre 1948 e 1991 —, estava na prisão quando soube da morte de Biko. Apesar de pertencerem a grupos políticos diferentes, Mandela reconheceu a importância do ativista :
Steve Biko passou a militar contra o regime segregacionista ainda na universidade. Estudante de medicina, formou a Organização dos Estudantes Sul-africanos (Saso, na sigla em inglês) em 1968, exclusiva para negros, divergindo do movimento estudantil predominante que abarcava diferentes raças. Divulgador do slogan “black is beautiful” (o negro é lindo), presente no movimento negro americano e no brasileiro, Biko acreditava que era preciso que os negros libertassem sua consciência e encontrassem sua própria identidade. Para ele, a libertação psicológica precedia a libertação física.
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