FOTO: UESLEI MARCELINO/REUTERS – 17.12.2020

Quatro dias após destratar uma jornalista que perguntou sobre uso de máscara, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar repórteres na sexta-feira (25). Ele perdeu o controle após questionamentos a respeito das negociações da vacina Covaxin, que têm colocado o governo federal no centro de suspeitas de irregularidades .

A imprensa aproveitou a presença de Bolsonaro na inauguração do CET 4.0(Centro de Excelência em Tecnologia 4.0) em Sorocaba, interior paulista, para cobrar do presidente explicações sobre as suspeitas. Luis Ricardo Fernandes Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), reafirmaram que alertaram o presidente sobre os problemas da contratação do imunizante indiano.

Mas o presidente, que chegou ao evento sem máscara e pendurado na porta de um carro, considerou“idiotas” as perguntas sobre o tema. À jornalista Victoria Abel, da rádio CBN, Bolsonaro disse que ela deveria “voltar para a faculdade” e “nascer de novo”. Em nota, a CBN afirmou que se solidariza com a profissional e garantiu: “assim como todos os nossos jornalistas, continuará a fazer seu trabalho para informar os brasileiros”.

Os ataques de Bolsonaro à imprensa, assim como à academia, à classe artística e a outras instituições são sistemáticos e, segundo estudiosos do autoritarismo, espelham outros movimentos pelo mundo de governos com tendências autocráticas . O comportamento agressivo é replicado por apoiadores do presidente e empurra o Brasil para baixo nos rankings internacionais de avaliação democrática.

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