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Incêndio do Borba Gato foi ‘para abrir debate’, diz ativista preso

Da Redação

28 de julho de 2021(atualizado 28/12/2023 às 20h44)

O entregador de aplicativos e ativista Paulo Roberto da Silva Lima, o ‘Paulo Galo’, se apresentou voluntariamente à Polícia Civil

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FOTO: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

O entregador de aplicativos e ativista Paulo Galo

O entregador de aplicativos e ativista Paulo Galo

O entregador de aplicativos e ativista Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como “Paulo Galo”, foi preso temporariamente nesta quarta-feira (28) depois de se apresentar voluntariamente à Polícia Civil de São Paulo. Ele é investigado como um dos suspeitos do incêndio que atingiu no sábado (24) a estátua de Borba Gato, localizada na zona sul da capital paulista.

Ao chegar na delegacia no bairro de Santo Amaro, onde é feita a investigação, Lima assumiu que participou do incêndio e criticou a figura histórica do bandeirante. “Foi um ato para abrir um debate.Em nenhum momento, foi feito para machucar alguém ou querer causar pânico”, disse, segundo o UOL . “Que as pessoas agora decidam se querem ter uma estátua de 13 metros de altura que homenageia um genocida e um abusador de mulheres.”

Além da prisão temporária, que tem prazo de cinco dias, a Justiça emitiu um mandado de busca e apreensão no imóvel onde vivem Lima e a esposa, Gessica de Paula da Silva Barbosa, que também teve prisão decretada. A defesa dos dois alega que Gessica Barbosa não estava presente no incêndio e não tem nenhuma ligação com o ato, por isso pedirá a reversão da ordem judicial contra ela.

FOTO: REPRODUÇÃO INSTAGRAM/REVOLUÇÃO PERIFÉRICA – 24.JUL.2021

Estátua de Borba Gato, localizada no bairro de Santo Amaro em São Paulo, em chamas e imersa em nuvem de fumaça preta

Estátua de Borba Gato em chamas

No dia do incêndio, cerca de 20 pessoas desembarcaram de um caminhão, espalharam pneus em volta do monumento e atearam fogo na sequência. O grupo Revolução Periférica, do qual Lima faz parte, assumiu a autoria. A polícia logo chegou ao nome do entregador devido à ligação dele com o perfil do grupo no Twitter. Seu advogado, André Lozano Andrade, adiantou na terça-feira (27) ao jornal Folha de S. Paulo que Lima se entregaria e daria a sua versão dos fatos, explicando suas motivações à polícia.

Lima é fundador do Movimento dos Entregadores Antifascistas, criado em junho de 2020 em defesa da democracia e com o objetivo de expor as condições precárias de trabalho da categoria. O incêndio da estátua de Borba Gato renovou o debate sobre como a historiografia e os monumentos brasileiros estão ligados ao colonialismo. Manuel Borba Gato (1649-1718) foi um bandeirante paulista que empreendeu expedições a Minas Gerais em busca de metais preciosos nos séculos 17 e 18 e, segundo muitos historiadores, participou ativamente da escravização de indígenas.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou na segunda-feira (26) que a estátua será restaurada com dinheiro de um empresário cuja identidade não foi revelada.

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ESTAVA ERRADO: A primeira versão deste texto dizia que a estátua de Borba Gato foi destruída. Na verdade ela continua em pé e deve ser reformada. A informação foi corrigida às 22h26 de 28 de julho de 2021.

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