Diante do desemprego que não cai, Guedes ataca IBGE
Da Redação
30 de julho de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h16)Ministro da Economia afirma que instituto está ‘na idade da pedra lascada’ e destaca dados do Caged para celebrar recuperação
O ministro da Economia, Paulo Guedes
Questionado nesta sexta (30) sobre a taxa de desemprego de 14,6% divulgada no mesmo dia pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Economia), o ministro da Economia, Paulo Guedes, atacou o instituto e menosprezou sua capacidade de pesquisa. “Vamos ter que rever, acelerar os procedimentos do IBGE, porque o IBGE ainda está na idade da pedra lascada ”, afirmou Guedes em entrevista, após um evento na sede do Ministério da Economia no Rio de Janeiro.
O ministro afirmou que os dados do Caged ( Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), feito com informações que as empresas passam ao governo, mostram o país “gerando praticamente 1 milhão de empregos a cada três meses e meio”.
Os números do IBGE se referem ao trimestre encerrado em maio e revelam um aumento de 16,4% (2,1 milhões de pessoas) no desemprego em comparação com o mesmo trimestre de 2020. O Caged apontou a criação de 1,5 milhão de vagas no primeiro semestre de 2021.
A diferença no cenário do emprego apresentado pelos dois indicadores se deve principalmente aos critérios usados. Enquanto o Caged retrata apenas o mercado de trabalho formal (empregos com carteira assinada), a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE é bem mais ampla e inclui o setor informal da economia — o mais vulnerável à crise deflagrada pela pandemia de covid-19.
Guedes questionou o método do IBGE, quedurante a pandemia passou a fazer entrevistas por telefone em vez de perguntas presenciais. Atualmente, o instituto realiza os dois tipos de inquirição, com as entrevistas remotas ainda predominando.
Não foi a primeira vez que o ministro celebrou os números do Caged. Em dezembro de 2020, Guedes afirmou que eles foram “ os melhores da história ”. O cadastro, porém, mudou de metodologia em janeiro do mesmo ano, o que inviabiliza comparações da série histórica. O cadastro de trabalhadores temporários, que era opcional, passou a ser obrigatório.
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