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YouTube apaga live e suspende Bolsonaro por ligação de aids a vacina

Da Redação

25 de outubro de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h28)

Depois do Facebook e Instagram, plataforma de vídeos tirou do ar transmissão em que o presidente disseminou mentira de que imunizantes contra covid-19 podem levar ao desenvolvimento de aids. Canal foi suspenso por uma semana

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FOTO: ADRIANO MACHADO/REUTERS – 27.JUL.2021

Imagem mostra uma mancha escura e o presidente Jair Bolsonaro, visto por uma fresta, no canto inferior esquerdo.

O presidente Jair Bolsonaro, durante evento em Brasília

O YouTube tirou do ar na noite desta segunda-feira (25) a live de Jair Bolsonaro na qual o presidente associou a vacina contra a covid-19 à aids (síndrome de imunodeficiência adquirida), disseminando uma notícia falsa. A decisão foi tomada depois que o Facebook e o Instagram removeram a transmissão na noite de domingo (24).

O canal do chefe do Executivo na plataforma de vídeos foi suspenso por uma semana, o que impede que ele publique novos conteúdos nesse período. Em nota, o YouTube afirmou que o vídeo foi retirado do ar por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a covid-19”, que são atualizadas “de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais”.

Na transmissão, que foi ao ar na quinta-feira (21), Bolsonaro leu uma notícia afirmando que vacinados contra a covid-19 estariam desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida, popularmente conhecida como aids, “mais rápido do que o previsto”. Segundo a notícia falsa, veiculada em sites como Stylo Urbano e Coletividade Evolutiva, os dados teriam sido retirados de relatórios produzidos pelo Departamento de Saúde Pública do Reino Unido. Os relatórios originais não fazem nenhuma menção ao vírus causador da aids.

A fala de Bolsonaro gerou forte reação de entidades médicas e especialistas da área da saúde. A Sociedade Brasileira de Infectologia publicou uma nota repudiando “toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente”, enquanto pesquisadores afirmaram nas redes sociais que o presidente coloca em xeque a vacinação no país. Políticos da oposição enviaram notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal solicitando providências à corte e o ministro Luis Roberto Barroso enviou à Procuradoria-Geral da República um pedido de investigação sobre a live.

Antes da decisão desta segunda (25), o YouTube já havia retirado do ar pelo menos 14 lives presidenciais após uma revisão da política da empresa em julho de 2021. Caso o canal de Bolsonaro volte a divulgar vídeos com desinformação dentro de 90 dias, haverá uma nova suspensão, dessa vez de duas semanas.

As lives semanais do presidente são cenário de difusão constante de notícias falsas a respeito de temas como as urnas eletrônicas, o tratamento precoce contra a coronavírus e o isolamento social adotado por gestores locais ao longo da pandemia. Esta, no entanto, foi a primeira a ser derrubada por Facebook e Instagram.

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