Minas demite jogador Maurício Souza após caso de homofobia
Da Redação
27 de outubro de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h29)Atleta publicou pedido de desculpas em que afirmou que sua crítica ao fato de o novo Super-Homem ser bissexual era uma questão de ‘opinião’
O jogador de vôlei Maurício Souza em jogo do Brasil na Olimpíada 2020
O Minas Tênis Clube anunciou nesta quarta-feira (27) que rescindiu o contrato de Maurício Souza, um dia depois de afastar o jogador de vôlei em meio à pressão de torcedores e patrocinadores por causa de um comentário homofóbico do atleta. Em uma postagem no Instagram, ele criticou a história em quadrinhos da DC Comics que revelou a bissexualidade do personagem Jonatan Kent, uma nova versão do Super-Homem.
Quando decidiu pelo afastamento por tempo indeterminado, o Minas exigiu que Souza se retratasse publicamente. Ele postou na terça (26) um pedido de desculpas em sua conta no Twitter, que no momento da publicação tinha cerca de 100 seguidores.
No Instagram, rede em que ele possui cerca de 250 mil seguidores e onde o comentário homofóbico foi divulgado, a retratação veio em forma de vídeo nesta quarta (27). O jogador, no entanto, afirmou que sua crítica ao fato de o novo Super-Homem ser bissexual era uma questão de “opinião”. “Hoje estou pedindo desculpas por minha opinião ter ofendido alguém! Ter opinião e defender o que se acredita não é ser homofóbico nem preconceituoso! Desculpa mais uma vez”, escreveu.
O comentário homofóbico de Souza foi publicado em 12 de outubro no Instagram, junto com uma ilustração em que o personagem Jonathan Kent, filho do Super-Homem original, beija outro homem. O jogador afirmou: “Ah, é só um desenho, não é nada demais [sic]”, ironizando. “Vai nessa que vai ver onde vamos parar…”. Souza recebeu críticas e elogios nos comentários à postagem, e disse que ficava “do lado que acha certo”.
O beijo de Jonathan Kent, uma das versões do Superman, com outro homem
Pressionado por torcedores e patrocinadores a repudiar a atitude, o Minas Tênis Clube publicou uma nota na segunda-feira (25) dizendo que a opinião de Souza não representava a do clube. A instituição afirmou ainda que não aceitava manifestações homofóbicas e que havia conversado com o jogador, mas que seus atletas tinham direito à liberdade de expressão. Para torcedores e patrocinadores, a nota não foi suficiente. Na terça-feira (26), antes do anúncio de afastamento, a Fiat e a Gerdau, que patrocinam o Minas, disseram em comunicados que esperavam do clube “medidas cabíveis” a respeito do caso “o mais breve possível”.
O caso também repercutiu na seleção brasileira de vôlei e provocou uma troca de farpas entre Maurício Souza e Douglas Souza, seu companheiro na equipe. A repercussão ainda chegou ao técnico Renan dal Zotto. Em entrevista ao jornal O Globo nesta quarta (27), o treinador fechou as portas da equipe para Maurício Souza. “ É inadmissível este tipo de conduta do Maurício e eu sou radicalmente contra qualquer tipo de preconceito, homofobia, racismo”, disse o técnico. “Em se tratando de seleção brasileira, não tem espaço para profissionais homofóbicos”.
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