‘Crise do clima afeta paz e estabilidade’, diz secretária ao abrir COP26
Da Redação
31 de outubro de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h29)Representante da ONU, Patricia Espinosa definiu o evento em Glasgow como ‘um momento decisivo na história’ e reafirmou a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC até o fim do século
A secretária executiva da UNFCCC, Patricia Espinosa, durante coletiva de imprensa na COP26
A abertura da COP 26, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, neste domingo (31), foi marcada pelo apelo por um futuro mais sustentável e pela reafirmação da meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5ºC até o fim do século em relação a níveis pré-industriais. Sediado na cidade de Glasgow, na Escócia, o evento vai até 12 de novembro e reúne representantes de governos, setor privado e sociedade civil.
O discurso que abriu a conferência ficou a cargo da mexicana Patricia Espinosa, secretária executiva da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima), que definiu a ocasião como “um momento decisivo na história”. Espinosa afirmou que a humanidade se depara com escolhas “duras, mas claras” e destacou que os efeitos da mudança climática causam maior impacto aos mais vulneráveis.
“Ou optamos por aumentar os esforços de adaptação para lidar com os atuais desastres climáticos extremos e construir resiliência para enfrentar os impactos futuros – ou aceitamos que mais pessoas morrerão, mais famílias sofrerão e mais danos econômicos se seguirão”
Os principais objetivos dos países na conferência em 2021 são terminar de regulamentar o Acordo de Paris,tratado universal de combate à mudança do clima assinado em 2015, e renovar os planos para redução de emissões de gases de efeito estufa na década atual, considerada crucial para evitar que a mudança do clima tenha impactos ainda mais graves.
Segundo a ONU, os compromissos atuais apresentados por países colocam o planeta no caminho de um aumento de 2,7ºC até o fim do século. O Acordo de Paris busca manter esse aumento abaixo de 2ºC – mas cita, idealmente, a meta mais agressiva de 1,5ºC para limitar os efeitos da crise climática, que já são sentidos ao redor do mundo em eventos extremos como secas e inundações.
“Trata-se de muito mais do que meio ambiente, trata-se de paz, estabilidade e das instituições que construímos para promover o bem-estar de todos”
Espinosa definiu o Acordo de Paris como “um pacto de esperança”. A secretária executiva fez um apelo para que o Acordo seja plenamente implementado por todos os países – especialmente pelos integrantes do G20, responsáveis por cerca de 80% das emissões de gases do efeito estufa. Os líderes do grupo, que reúne as maiores economias do mundo, se reuniram em Roma no sábado (30) e no domingo (31), e divulgaram um comunicado que cita a meta de 1,5ºC, mas não faz compromissos concretos para alcançá-la.
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