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Câmara aprova PEC dos Precatórios e texto vai ao Senado

Da Redação

09 de novembro de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h30)

Apesar de perda de votos da oposição, governo consegue ampliar no segundo turno apoio à proposta que adia pagamento de dívidas judiciais e fura o teto de gastos para viabilizar o Auxílio Brasil em 2022

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FOTO: MICHEL JESUS/CÂMARA DOS DEPUTADOS – 01.SET.2021

Lira está no centro da mesa do plenário. Em volta dele, outros deputados, alguns sentados, outros de pé.

Arthur Lira (ao centro) conduz sessão que aprovou reforma do Imposto de Renda na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno na terça-feira (9) a PEC dos Precatórios, com 323 votos favoráveis à proposta, que precisava do apoio de pelo menos 308 deputados. Foram 172 votos contrários. O projeto agora será encaminhado ao Senado, onde também precisa ser aprovado em dois turnos, por pelo menos 49 dos 81 senadores, e deve enfrentar mais resistência .

Na votação em segundo turno na Câmara, o projeto perdeu parte do apoio de deputados da oposição, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conseguiu adesões do DEM, do PSDB, do PP, do PSL e do Republicanos. O governo usou as emendas do relator do Orçamento, liberando verbas nas últimas duas semanas, para garantir a vitória.

O primeiro turno, em que a PEC recebeu 312 votos favoráveis, levou a um racha em partidos como PDT e PSB, que votaram em peso a favor da proposta apesar de fazerem oposição ao governo. No segundo turno, apesar da orientação contrária das bancadas, 5 deputados do PDT e 9 do PSB ainda votaram pela aprovação da proposta.

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) é a principal aposta do governo de Jair Bolsonaro para conseguir bancar o Auxílio Brasil, programa que substitui o Bolsa Família e começa a ser pago em 17 de novembro. O texto libera R$ 91,6 bilhões no Orçamento de 2022, ano eleitoral. Uma parte iria para o pagamento de um benefício de R$ 400 para 17 milhões de famílias ao longo de 2022, ampliando o valor e o alcance do Bolsa Família. O resto do volume liberado deve ser usado na correção de benefícios e num programa de auxílio diesel para caminhoneiros, entre outros.

A possibilidade de usar a folga fiscal para ampliar a parcela destinada às emendas do relator em 2022 era um dos motivos para que parlamentares votassem contra a PEC. Na terça-feira (9), a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal decidiu pela suspensão do pagamento das emendas, devido à falta de transparência .

A proposta libera uma parte do Orçamento por meio de uma mudança no cálculo do teto de gastos que fura a regra fiscal criada em 2016 para limitar os gastos do governo a um patamar pré-estabelecido. Também adia parte das dívidas judiciais da União que teriam de ser quitadas em 2022, os precatórios, no que críticos consideram um “calote”.

Antes da aprovação em segundo turno, a Câmara concluiu na terça (9) a análise em primeiro turno de mais de dez emendas à PEC que haviam sido destacadas para votações separadas. Os deputados retiraram do texto um dispositivo que permitiria ao Executivo contornar a chamada regra de ouro, que impede que o governo se endivide para pagar despesas correntes, como salários e aposentadorias.

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