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Bolsonaro quis mudar questões sobre golpe de 64 no Enem, diz jornal

Da Redação

19 de novembro de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h31)

Servidores ouvidos pela Folha de S.Paulo relatam que presidente pediu a ministro para prova se referir a ‘revolução’. Já O Estado de S. Paulo revela que Inep tentou dar acesso à prova a professora criacionista não contratada via edital 

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FOTO: PAULO WHITAKER/REUTERS – 01.DEZ.2018

Bolsonaro entre militares fardados. Os militares olham para baixo

Cerimônia de graduação de oficiais na Academia Militar das Agulhas Negras, com a presença de Jair Bolsonaro, então recém-eleito presidente

Jair Bolsonaro pediu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2021 tivesse questões que tratassem o golpe de 1964 como revolução, segundo relato de integrantes do governo divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo.

O pedido ocorreu no primeiro semestre, segundo reportagem desta sexta-feira (19). Ribeiro mencionou a solicitação com subalternos do MEC, mas não ela não teve desdobramentos práticos. A demanda presidencial contraria a historiografia brasileira, segundo a qual o movimento de 1964 é tratado como golpe.

Defensor da ditadura militar, Bolsonaro é crítico do Enem por, na sua opinião, ter um viés esquerda. Na segunda-feira (15), disse que o exame começava a “ter a cara do governo” . O governo federal passa por uma crise ligada a suspeitas de interferência no conteúdo da prova.

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servidores do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pelo Enem, pediram exoneração em 8 de novembro denunciando assédio moral e censura do governo Bolsonaro

Segundo reportagem também desta sexta-feira (19) do jornal O Estado de S.Paulo, o MEC tentou incluir na elaboração do Enem profissionais que não haviam sido aprovados em processo seletivo. Entre eles, estão defensores do governo e uma professora de biologia criacionista.

Na quinta-feira (19), uma reportagem da revista Piauí revelou que em 2019 uma comissão montada pelo governo Bolsonaro para avaliar o Enem daquele ano excluiu 66 questões sem consultar a equipe técnica do Inep. Entre os itens censurados, estão tirinhas da personagem Mafalda e da cartunista Laerte.

A crise no órgão responsável pelo Enem acabou gerando ações na Justiça. Nesta quinta (19), a Justiça Federal em São Paulo deu prazo de 24 horas para que o órgão comprove que tomou todas as medidas necessárias para evitar fraudes e vazamentos da prova.

Já o presidente do órgão, Danilo Dupas, foi alvo de um pedido de afastamento também na quinta-feira (18) feito pela Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), a ONG Educafro e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação. O pedido foi rejeitado pela Justiça Federal em Brasília.

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