Governo federal nega ajuda humanitária da Argentina à Bahia
Da Redação
30 de dezembro de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h35)Presidente justificou dispensa de apoio argentino afirmando que auxílio não era necessário, mas que poderá ser acionado ‘em caso de agravamento das condições’
Homem em colchão inflável durante enchente em Itabuna, na Bahia
O Ministério das Relações Exteriores do governo Bolsonaro dispensou na quarta-feira (29) a ajuda humanitária oferecida pela Argentina às vítimas das chuvas na Bahia. Ao menos 24 pessoas morreram e mais de 91 mil ficaram desabrigadas por causa das enchentes. A informação sobre a recusa foi divulgada pelo governo baiano, que tem cobrado o envio de mais recursos federais para o enfrentamento da crise.
Após o episódio,na quinta-feira (30), o governador do estado, Rui Costa (PT), afirmou em suas redes sociais que a Bahia vai aceitar qualquer ajuda de forma direta, sem a necessidade de que o auxílio passe pela diplomacia brasileira.Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o governador disse que o presidente demonstra “desprezo em relação à vida humana”.
O presidente Jair Bolsonaro vem sendo duramente criticado por tirar férias e passear de moto aquática no litoral de Santa Catarina em vez de visitar as áreas atingidas.Na quinta-feira (30), Bolsonaro usou as redes sociais para justificar a dispensa ao apoio argentino. Segundo ele, o país vizinho ofereceu enviar dez homens para o “trabalho de almoxarife e seleção de doações, montagem de barracas e assistência psicossocial à população afetada”. A Argentina é governada pelo presidente Alberto Fernández, aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de três helicópteros da Marinha”, escreveu. Segundo ele, a avaliação foi que a ajuda argentina não seria necessária, mas poderá ser “acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições”.
Bolsonaro afirmou ainda que o governo está aberto a ajudas internacionais e que aceitou doações de barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas, galões e purificadores de água da Agência de Cooperação do Japão. O comportamento destoa do ocorrido no começo de 2021, quando pacientes morreram sem oxigênio em Manaus e o governo não se mobilizou para receber o insumo oferecido pela Venezuela. Em maio, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo admitiu em depoimento à CPI da Covid que não agradeceu a ajuda do país vizinho.
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