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União Europeia anuncia sanções a bancos e empresas russas

Da Redação

25 de fevereiro de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h22)

Medidas buscam debilitar economia do país e pressionar pela retirada de tropas da Ucrânia. Pacote se junta a punições anunciadas na quinta-feira por EUA e Reino Unido

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FOTO: FRANÇOIS LENOIR/REUTERS – 10.07.2019

Em pé, von der Leyen fala com dois microfones à sua frente. Atrás, bandeira da União Europeia, com as características estrelas que representam os países-membros.

Presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen dá entrevista coletiva a jornalistas em Bruxelas, na Bélgica

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta sexta-feira (25) um pacote de sanções da União Europeia contra empresas, bancos e o setor de energia na Rússia após o presidente Vladimir Putin ter invadido a Ucrânia no dia anterior.

O pacote se resume a cinco pontos:

  • sanções financeiras que têm como alvo 70% do mercado bancário da Rússia;
  • banimento de exportações que hoje beneficiam o setor de petróleo russo;
  • banimento de aeronaves para as linhas aéreas russas;
  • limitação do acesso da Rússia a tecnologias como softwares de ponta;
  • restrição de vistos de diplomatas e empresários russos, que não terão mais acesso privilegiado à União Europeia.

No anúncio sobre o pacote, a União Europeia pediu que a Rússia cesse as ações militares na Ucrânia e “respeite a integridade territorial, soberania e independência” do país. Ursula von der Leyen havia escrito no Twitter mais cedo que os eventos de agora “marcam o começo de uma nova era”:

“Esses eventos marcam o começo de uma nova era. Putin está tentando subjugar um país europeu amigável. Ele está tentando redesenhar o mapa da Europa à força. Ele deve e vai falhar”

Ursula von der Leyen

Presidente da Comissão Europeia, em publicação no Twitter na quinta-feira (24)

O grupo optou por não excluir a Rússia da Swift, tecnologia usada por bancos para fazer transações internacionais que, na prática, faria com que os bancos russos fiquem impossibilitados de receber e enviar dinheiro para o exterior. Países como o Reino Unido — que deixou a União Europeia em 2020 — e Ucrânia pediram a exclusão, mas líderes como o da Alemanha defendem que as sanções sejam graduais. Há temor de que negociações no campo energético fiquem inviabilizadas caso a medida seja adotada. No sábado (26), mais países europeus, entre eles Itália e Chipre (paraíso fiscal procurado por russos ricos), afirmaram que apoiam o bloqueio da Rússia da Swift, aumentando a pressão.

Na quinta-feira (24), os EUA e o Reino Unido também apresentaram sanções contra a Rússia. Antes dos anúncios, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, havia dito que esse tipo de punição é previsível para o governo. “ Estamos acostumados a isso. Sabemos que as sanções serão impostas de qualquer forma, em qualquer caso”, disse na terça-feira (22). O governo russo já vinha se preparando para retaliações econômicas. As reservas do país em moeda estrangeira e ouro bateram recordes em janeiro deste ano, numa estratégia de Putin para reduzir a sua dependência do dólar. Além disso, estreitaram os laços comerciais com a China, para ter uma alternativa para recorrer caso os canais com o Ocidente se fechem definitivamente.

Deflagrada na madrugada de quinta (24) na região de Donbass, no leste da Ucrânia, onde há províncias separatistas pró-Rússia, a invasão de Putin já se amplia para a capital do país, Kiev. Os ataques tiveram início após quatro meses de crise entre a Rússia e o Ocidente motivada pela aproximação recente da Ucrânia com a Otan, aliança militar liderada pelos EUA. A Rússia afirma que a segurança do seu território estava em risco diante desse movimento.

A invasão da Rússia à Ucrânia é condenada pela maior parte dos países do mundo e constitui uma violação do direito internacional por não se enquadrar no que a Carta das Nações Unidas estipula como condição para que uma ação dessa natureza seja legal: reação a um ataque sofrido ou aprovação do Conselho de Segurança. Além do argumento de segurança nacional, a Rússia justifica seus atos afirmando que os ucranianos de etnia russa do leste do país vinham sendo vítimas de perseguição, algo que, segundo o chanceler Lavrov, é ignorado pela mídia ocidental.

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