EUA anunciam proibição a importações de petróleo russo
Da Redação
08 de março de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h25)Reino Unido também quer eliminar gradativamente compra de produto, uma das principais exportações da Rússia, e União Europeia propõe reduzir importação de gás natural. Em resposta, Putin diz que vai limitar exportação de commodities
O presidente dos EUA, Joe Biden, durante entrevista a jornalistas na Casa Branca, em Washington
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (8) uma proibição às importações de petróleo e outras fontes de energia da Rússia, como represália pela invasão da Ucrânia iniciada em 24 de fevereiro. A medida se soma a outras duras sanções já impostas à Rússia pelo país e por nações da Europa.
“O petróleo russo não será mais aceitável nos portos dos EUA e o povo americano dará outro golpe poderoso na máquina de guerra do [presidente russo Vladimir] Putin”, afirmou Biden em pronunciamento a jornalistas na Casa Branca. Até agora, o petróleo e o gás natural, que estão entre as principais exportações da Rússia, vinham sendo poupados dos pacotes de sanção dada a dependência europeia no insumo russo e os riscos de impactar o mercado global que já vê uma disparada do preço do barril de petróleo.
Após o anúncio desta terça-feira (8), o barril do petróleo Brent para maio subiu 6,5%, chegando a valer US$ 131,27, por volta das 14h no horário de Brasília. Já o petróleo dos EUA para abril avançou 6,3%, chegando a US$ 126,94 dólares o barril. Ambos depois reduziram os ganhos, mas ainda tinham alta de mais de 2%.
Em seu discurso, o presidente americano reconheceu que os preços dos combustíveis subirão ainda mais nos EUA, mas se comprometeu a reduzir os impactos da “guerra de Putin” sobre a população do país. Em 2021, cerca de 8% das importações de combustíveis líquidos dos EUA vieram da Rússia — foram mais de 20,4 milhões de barris do produto bruto e refinado por mês, em média, segundo a Administração de Informação de Energia.
O presidente russo, Vladimir Putin, publicou um decreto após o anúncio de Biden informando que o governo vai “banir ou limitar” as exportações de commodities da Rússia, segundo a agência de notícias Interfax. Os detalhes do alcance do decreto, como quais matérias-primas serão incluídas e quais países serão atingidos, devem ser divulgados em até dois dias. Na segunda (7), o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, ameaçou cortar o fornecimento de gás natural para a Europa.
Pouco antes da fala de Biden, o Reino Unido também anunciou que deve eliminar gradativamente suas importações de petróleo e produtos derivados da Rússia até o fim de 2022. “Esta transição dará ao mercado, companhias e cadeias de suprimentos tempo mais do que suficiente para substituir as importações russas, que representam 8% da demanda do Reino Unido”, escreveu Kwasi Kwarteng, ministro dos Negócios britânico, no Twitter.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que várias nações chegaram a um acordo sobre“a necessidade de ir além da dependência do petróleo e do gás russos à medida que avançamos, embora seja incrivelmente difícil para alguns países europeus”.
A ideia de banir importações dos produtos russos foi rejeitada pela Alemanha, país que mais compra o petróleo bruto da Rússia. Scholz afirmou na segunda-feira (7) que o petróleo e o gás natural russos são de “importância essencial” para a economia europeia. No entanto, a União Europeia apresentou nesta terça-feira (8) um plano para cortar as importações de petróleo e gás da Rússia em dois terços até o fim de 2022. A proposta, que ainda será discutida pelos líderes do bloco, quer que os países-membros deixem de depender dos produtos russos ao longo dos próximos anos.
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