ONU confirma 847 mortes de civis na guerra na Ucrânia
Da Reuters
19 de março de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h24)Segundo escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas, número é subestimado, já que é difícil acessar zonas conflagradas. Governo ucraniano fala em dezenas de milhares de vítimas
Moradores caminham em meio às ruínas de Mariupol, no sudeste da Ucrânia
O escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos informou neste sábado (19) que pelo menos 847 civis foram mortos e 1.399 ficaram feridos na Ucrânia até 18 de março. A maioria das mortes foi causada por armas explosivas, como bombardeios de artilharia pesada e sistemas de lançamento múltiplo de foguetes, além de mísseis e ataques aéreos, disse o órgão.
As Nações Unidas reconhecem que o número real deve ser consideravelmente maior. O escritório realiza uma apuração independente dos números, checando com fontes diferentes, entrevistando testemunhas e parentes dos mortos, além de consultar autoridades locais e militares. A organização tem tido dificuldades de acessar zonas conflagradas e os relatórios independentes sobre o conflito são escassos.
O governo ucraniano, por exemplo, diz que morreram pelo menos 2 mil pessoas só em Mariupol, o lugar mais afetado pela guerra. Russos foram acusados de bombardear um complexo hospitalar com maternidades e ala infantil ativas na cidade, além de atacar um teatro que abrigava moradores. A Rússia nega ter civis como alvo.
A invasão russa na Ucrânia teve início no dia 24 de fevereiro. No dia 8 de março os países se propuseram a abrir corredores humanitários para a retirada de civis em áreas de conflito, mas acusações mútuas de desrespeito ao cessar-fogo impediram a implementação da medida. Somente em 14 de março as forças russas permitiram que um primeiro comboio de carros escapasse de Mariupol.
Mais de 3 milhões de pessoas já deixaram a Ucrânia desde o início da invasão russa , segundo dados divulgados pelo Acnur (Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados). Grande parte desse grupo é formada por crianças, segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). De acordo com a ONU, a crise de refugiados na Ucrânia tem o crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Diante da situação da guerra, a Ucrânia corre o risco de voltar a uma fome generalizada, segundo alerta da ONU de sexta-feira (19), que afirmou que o abastecimento de água e alimentos em Mariupol está terminando . O alerta se estendea regiões sob fortes ataques, como Kharkiv, Cherhiv, Kherson, Irpin e Mikolaiv.
ESTAVA ERRADO: Uma versão anterior deste texto trazia um dado errado sobre a estimativa do governo ucraniano para o número de mortos em Mariupol. O correto é mais de 2 mil mortos, e não mais de 20 mil. A informação foi corrigida às 21h22 de 22 de março de 2022.
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