Extra

Pastor pediu ouro para liberar verba da Educação, diz prefeito

Da Redação

23 de março de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h25)

Revelação foi feita ao jornal O Estado de S. Paulo e é mais um indício da existência de um gabinete paralelo no ministério comandado por Milton Ribeiro

O Nexo depende de você para financiar seu trabalho e seguir produzindo um jornalismo de qualidade, no qual se pode confiar.Conheça nossos planos de assinatura.Junte-se ao Nexo! Seu apoio é fundamental.

Temas

Compartilhe

FOTO: CAROLINA ANTUNES/FLICKR PR – 18.OUT.2019

Moura, Ramos e Santos estão sentados em um banco. Bolsonaro fala em um púlpito, de pé. Ao fundo, dois assessores.

Arilton Moura (à dir.) participa de evento no Palácio do Planalto. Sentados no banco, estão também o ministro Luiz Eduardo Ramos (no centro) e o pastor Gilmar Santos (à esq.). Jair Bolsonaro discursa de pé.

O pastor Arilton Moura pediu pagamento de propina em dinheiro e até ouro para liberar verbas do Ministério da Educação a municípios. É o que revelouprefeito Gilberto Braga (PSDB), de Luis Domingues (MA), em reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira (22).

Segundo Braga, os pagamentos exigidos por Moura ocorreriam em duas etapas. A primeira parcela, no valor de R$ 15 mil, deveria ser paga para que o pedido de transferência de recursos fosse protocolado junto ao Ministério. Outro valor seria pago quando a verba fosse empenhada. O empenho é a primeira etapa da execução de uma despesa – é o momento em que se faz a reserva efetiva dos recursos para um gasto. Foi a título dessa segunda parcela que o pastor pediu pagamento em ouro, segundo Braga.

“Para mim, como a minha região era área de mineração, ele pediu 1 quilo de ouro”

Gilberto Braga

prefeito Luis Domingues (MA), em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira (22)

A fala do pastor teria acontecido em um almoço em um restaurante em Brasília, em abril de 2021, com a presença de outros prefeitos. Braga disse que não aceitou a proposta e que, por isso, sua demanda por verba não foi protocolada junto ao ministério. O pastor Arilton Moura não se pronunciou publicamente sobre o caso.

O episódio é mais um indício de que há um gabinete paralelo no Ministério da Educação, no qual pastores controlam a agenda e a verba da pasta. Os dois principais nomes do esquema seriam os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, que não têm cargo público. De acordo com reportagem de 18 de março do jornal O Estado de S. Paulo, religiosos da Convenção Nacional das Assembleias de Deus participam de reuniões do Ministério da Educação, viajam em aviões da Aeronáutica e fazem a ponte direta entre prefeitos e o ministro Milton Ribeiro.

Um áudio publicado na segunda-feira (21) pelo jornal Folha de S.Paulo mostra Ribeiro dizendo numa reunião com prefeitos e pastores que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, prioriza o envio de verbas a cidades a partir da intermediação dos religiosos . À existência de um gabinete paralelo no MEC se soma o poder de parlamentares do centrão de aplicar o orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, como também revelou o Estadão no domingo (20).

Continue no tema

NEWSLETTER GRATUITA

Nexo | Hoje

Enviada à noite de segunda a sexta-feira com os fatos mais importantes do dia

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Gráficos

nos eixos

O melhor em dados e gráficos selecionados por nosso time de infografia para você

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Navegue por temas