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2,9 milhões se declaram bi ou homossexuais no Brasil

Da Redação

25 de maio de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h31)

É a primeira vez que dados do tipo são divulgados pelo IBGE, como parte da Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2019

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FOTO: TORBAKHOPPER/FLICKR

Bandeira do orgulho LGBTI+

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Cerca de 2,9 milhões de brasileiros se declaram homossexuais ou bissexuais , de acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (25), como parte da Pesquisa Nacional de Saúde. Os dados foram coletados em 2019.

1,8%

é o percentual da população adulta que se declarou homossexual ou bissexual

94,8%

é o percentual da população adulta que se declarou heterossexual

1,1%

é o percentual da população adulta que disse não saber sua orientação sexual

2,3%

é o percentual da população adulta que não quis responder

0,1%

é o percentual da população adulta que declararam outra orientação sexual, como assexual ou pansexual

O levantamento do IBGE se limitou a questões de orientação sexual – a sexualidade da pessoa e por quem ela sente atração afetiva-sexual – e não sobre a identidade de gênero , como a pessoa se reconhece. Por isso, dados sobre a transexualidade não estão presentes na pesquisa.

Aqueles que se declararam homossexuais ou bissexuais tendem a ter maior nível de instrução e renda, em sua maioria com grau superior completo e que recebem mais de cinco salários mínimos ao mês. A maior concentração se deu na região Sudeste, em que 2,1% das pessoas adultas se declararam homossexuais ou bissexuais. A coleta foi feita por meio de entrevistas realizadas entre 12 a 18 domicílios por município do país.

É a primeira vez que informações quantitativas nacionais sobre o tema serão tornadas públicas por órgãos oficiais.A decisão foi tomada após o instituto ter sido acionado pelo Ministério Público Federal, que questionava por que o Censo de 2022 não teria perguntas sobre a população LGBTI+. A explicação do IBGE era de que o Censo não era a pesquisa adequada para tratar do assunto, já que o levantamento permite que um único morador dos domicílios responda pelos demais.

“A metodologia de captação das informações do Censo permite que um morador possa responder por ele e pelos demais residentes do domicílio. Pelo caráter sensível e privado da informação, as perguntas sobre a orientação sexual de um determinado morador só podem ser respondidas por ele mesmo”, disse o IBGE em nota divulgada em março. Outro fator que pesa na exclusão do tema do Censo é o fato de que a pesquisa é feita de 10 em 10 anos, enquanto a Pesquisa Nacional de Saúde é feita a cada cinco anos. Com isso, é possível manter os dados de forma mais atualizada.

Além de fazer a contagem de todos os brasileiros vivos, o Censo Demográfico apura outras informações essenciais para o desenvolvimento de políticas públicas e orientação de investimentos. A pesquisa mais recente é de 2010. A nova edição deveria ter sido realizada em 2020, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.

O primeiro adiamento foi para 2021, ano em que 90% da verba destinada ao Censo no Orçamento federal foi cortada após o presidente Jair Bolsonaro vetar trechos de um projeto de lei sobre o tema aprovado pelo Congresso, o que inviabilizou a realização da pesquisa. À época, a então presidente do IBGE, Susana Guerra, pediu demissão. O Supremo interviu e exigiu a execução do estudo, que será feito em agosto.

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