Extra

ONU pede reforço da Funai e proteção a ativistas no Brasil

Da Redação

16 de junho de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h33)

O escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas cobra o governo brasileiro para que impeça a incursão de agentes ilegais nos territórios indígenas e assegure investigação imparcial no caso Dom e Bruno

O Nexo depende de você para financiar seu trabalho e seguir produzindo um jornalismo de qualidade, no qual se pode confiar.Conheça nossos planos de assinatura.Junte-se ao Nexo! Seu apoio é fundamental.

FOTO: UESLEI MARCELINO /REUTERS 15.06.2022

Kamuu Dan Wapichana, da tribo Wapichana, em protesto na sede da Funai. Seu rosto está pintado de vermelho e ele usa um adorno na cabeça feito com penas marrom e azul. Ao fundo, duas pessoas seguram cartaz com a frase "Onde estão Dom Phillips e Bruno Pereira", escrito com letras vermelhas.

Kamuu Dan Wapichana, da tribo Wapichana, em protesto na sede da Funai

O escritório de Direitos Humanos da ONU (Organizações das Nações Unidas) cobrou o governo brasileiro para que os órgãos responsáveis pela proteção ambiental e aos povos indígenas ganhem reforços no país. As Nações Unidas também ressaltaram que as autoridades do país devem proteger esses territórios de incursões de agentes ilegais e garantir que a investigação da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips seja imparcial e transparente.

A agência, liderada pela chilena Michelle Bachelet, disse em nota enviada para a rede BBC que seja concedida reparação às famílias das vítimas, e chamou o assassinato debrutal ato de violência. Instamos as autoridades brasileiras a ampliar seus esforços para proteger os defensores dos direitos humanos e os povos indígenas de todas as formas de violência e discriminação, tanto por parte de atores estatais quanto não-estatais. O texto é assinado pela porta-voz da ONU, Ravina Shamdasani.

A nota também pede reforços para órgãos que tratam do tema, como a Funai (Fundação Nacional do Índio) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e diz queataques e ameaças contra defensores de direitos humanos ambientais e povos indígenas, incluindo aqueles em isolamento voluntário, continuam persistentes. Essa é, em uma semana, a terceira crítica e cobrança direta ao governo Bolsonaro por parte da ONU.

Na terça-feira (14), o diplomata brasileiro Tovar Nunes disse no Conselho de Direitos Humanos que o Brasil está investigando com rigor ameaças a defensores de direitos humanos, e que existe uma ação conjunta por parte das instituições e da Justiça brasileira para reprimir ações ilegais em terras indígenas.

O presidente brasileiro é expressamente contrário a políticas de proteção ambiental, de terras e povos indígenas. Na sua campanha em 2018, disse que, se eleito, iria foiçar a Funai. Os cargos de chefia na fundação estão ocupados majoritariamente por militares atualmente. Na época, também prometeu que, se eleito, não haveria nem um centímetro a mais para terras indígenas, referindo-se à demarcação.

Continue no tema

NEWSLETTER GRATUITA

Nexo | Hoje

Enviada à noite de segunda a sexta-feira com os fatos mais importantes do dia

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Gráficos

nos eixos

O melhor em dados e gráficos selecionados por nosso time de infografia para você

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Navegue por temas