Nova operação na terra Yanomami mira logística do garimpo
Da Redação
10 de fevereiro de 2023(atualizado 28/12/2023 às 17h17)Ação em conjunto com Ibama, Funai e Forças Armadas quer destruir maquinários e aeronaves usadas na atividade e instalar bases policiais permanentes na região
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Área de garimpo ilegal dentro da terra indígena Yanomami, em Roraima
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (10) uma operação para interromper a logística do garimpo ilegal no território Yanomami. A força-tarefa, batizada de Operação Libertação, envolve ainda as Forças Armadas, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambientee dos Recursos Naturais Renováveis) e a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). Na ação, aeronaves e maquinário do garimpo serão destruídos, e bases policiais permanentes devem ser instaladas para retirar os garimpeiros do território.
Segundo nota divulgada pela polícia, a Operação Libertação ficará em andamento até“o restabelecimento da legalidade na terra indígena Yanomami”. O chefe da Diretoria de Meio Ambiente e Amazônia da corporação Humberto Freire disse que o foco da ação é na logística do crime e no registro da materialidade dos delitos, e não nas pessoas envolvidas. Essa decisão, de acordo com Freire, é para evitar que haja dificuldade na saída dos não indígenas do território Yanomami.
A polícia e as Forças Armadas usam helicópteros do modelo Black Hawk, considerados ideais para esse tipo de operação – o modelo tem capacidade para transportar cerca de 10 policiais. Na gestão do governo Jair Bolsonaro (PL), os pedidos da Polícia Federal para uso dos helicópteros para apoio em ações no território foram negados pelas Forças Armadas.
Outro objetivo da operação é instalar e garantir o funcionamento de bases policiais . A ideia é que elas permaneçam por meses na área, sejam operadas por policiais da Força Nacional e logística tocada pelo Exército. Além da Operação Libertação, a Polícia Federal declarou também nesta sexta-feira (10) outra ação contra lavagem de dinheiro vinda da exploração ilegal de ouro. Um dos alvos é a irmã do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP) , Vanda Garcia de Almeida. Outros parentes de Denarium são alvos da ação. Aliado do ex-presidente Bolsonaro, Denarium sancionou leis pró-garimpo em seu primeiro mandato e disse que a responsabilidade pelos yanomamis é da União.
No dia 20 de janeiro, o governo Lula decretou emergência de saúde na terra Yanomami, atingida por uma severa crise humanitária .Bebês, idosos e crianças foram resgatadas por equipes do Ministério da Saúde com quadro de desnutrição severa, infecções respiratórias e malária. O garimpo na região é apontado como a raiz do problema: a atividade afugenta a caça, contamina os rios com mercúrio impedindo a pesca e causa um desequilíbrio ambiental que faz proliferar doenças.
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