Mulher vandaliza livro de Emicida sobre religiosidade negra
Da Redação
07 de março de 2023(atualizado 28/12/2023 às 17h19)Mãe de estudante de escola particular em Salvador fez rasuras em obra infantil disponibilizada para alunos, indicando salmos bíblicos e classificando informações como falsas. Pais a acusam de intolerância
Capa do livro ‘Amoras’, de Emicida
Uma mulher, mãe de um estudante do ensino fundamental de uma escola particular em Salvador, vandalizou o livro infantil “Amoras”, do rapper Emicida, riscando as páginas com indicações de salmos bíblicos e classificando informações sobre orixás como falsas. O caso foi revelado pelo site G1 nesta terça-feira (7).
“Amoras” é um livro indicado para crianças de 5 anos que conta a história de uma menina negra que está reconhecendo sua identidade racial a partir de conversas com o pai. A protagonista tem acesso a conhecimentos ligados a culturas e a religiões negras e é apresentada a nomes como Zumbi dos Palmares e Martin Luther King.
Segundo o colégio Clubinho das Letras, que disponibiliza o livro para os alunos, o material foi encontrado com rasuras na segunda-feira (6), depois de ter ficado com a família no fim de semana. A obra faz parte do projeto Ciranda Literária, no qual os responsáveis compram livros sugeridos e os levam à escola, para fazê-los circular.
Procurada pelo portal G1, a mulher que rasurou o livro, que não quis ser identificada, disse que foi hostilizada por um grupo de pais de alunos e chamada de “vândala” e “intolerante”. Para ela, não se trata de intolerância religiosa. A direção da escola disse que é contra a atitude da mãe do aluno e que a obra será reposta.O rapper Emicida divulgou um vídeo nas redes sociais condenando a intolerância religiosa, e pedindo respeito à diversidade brasileira.
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violações foram reportadas para todas as religiões em 2021
Dados do Disque 100 mostram que, apesar de ser crime, a intolerância religiosa é um problema permanente no Brasil. A quantidade de casos reportados de perseguição contra religiões de matriz africana aumentou 68% entre 2020 (que registrou 126 casos) e 2021 (que teve 212).
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