Israel resgata 4 reféns em ação que deixa 270 palestinos mortos
Da Redação
08 de junho de 2024(atualizado 09/06/2024 às 20h23)Sequestrados em festival de música estavam sob poder do Hamas há oito meses. Ofensiva em Nuseirat causa cenário de ‘pesadelo’. Após adiar anúncio, Benny Gantz deixa gabinete de guerra e pressiona Netanyahu
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Manifestantes em Tel Aviv protestam contra Benjamin Netanyahu e pedem o retorno de todos os reféns, após resgate de quatro pessoas
O exército israelense realizou neste sábado (8) em Nuseirat, na região central da Faixa de Gaza, sua maior operação de resgate de reféns do Hamas desde o início da guerra.
Quatro pessoas foram recuperadas com vida em meio a uma ofensiva aérea e terrestre que matou cerca de 270 pessoas, de acordo com autoridades e médicos do território. Segundo o grupo extremista palestino, três reféns também morreram na ação.
250
israelenses foram sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 e levados para a Faixa de Gaza; cerca de metade ainda está no território palestino e dezenas tiveram a morte confirmada
Autoridades do território palestino comandado pelo Hamas contabilizaram 274 mortos em hospitais da região e mais de 700 feridos, entre eles crianças. Países vizinhos como Egito e Jordânia condenaram a ofensiva israelense, conforme registrou a rede catari Al Jazeera.
Feridos chegam ao hospital Al-Aqsa Martyrs, na região central da Faixa de Gaza
A organização Médicos Sem Fronteiras relatou no sábado (8) no X, antigo Twitter, que o cenário em hospitais da região central da Gaza é de “pesadelo” após a operação em Nuseirat, com a chegada de feridos num ritmo difícil de ser absorvido pelas equipes.
“Está muito além do que qualquer um seria capaz de lidar num hospital funcional, muito menos com os recursos escassos que temos aqui”
Samuel Johann
coordenador do Médicos Sem Fronteiras na Faixa de Gaza
Os três homens e uma mulher resgatados pelo exército israelense — Almog Meir Jan, Andrey Kozlov, Shlomi Ziv e Noa Argamani — reencontraram familiares neste sábado (8). Eles foram sequestrados pelo Hamas num festival de música eletrônica em 7 de outubro de 2023, como relatou o site G1. Um vídeo de Argamani sendo levada numa moto enquanto pedia para não ser morta foi um dos registros do ataque terrorista que circulou mundialmente.
Noa Argamani, refém resgatada pelo exército israelense, abraça o pai em Ramat Gan, Israel
O retorno dos reféns foi celebrado em Israel num momento em que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sofre forte pressão, como mostrou o jornal britânico The Guardian. O opositor Benny Gantz adiou um anúncio que estava marcado para noite de sábado (8) no qual iria anunciar sua saída do gabinete de guerra do governo.
No domingo (9) Gantz oficializou a saída e o desembarque de seu partido, única força mais ao centro na coalizão de extrema direita do primeiro-ministro, como relatou o site G1. “Netanyahu está nos impedindo de avançar rumo a uma verdadeira vitória. É por isso que estamos deixando o governo de emergência hoje, com o coração pesado, mas com plena confiança”, disse em seu discurso. O primeiro-ministro ainda tem maioria no Parlamento.
Netanyahu também é pressionado pelo presidente americano, Joe Biden, para aceitar um acordo de cessar-fogo, como registrou o jornal Washington Post. Grupos de familiares de reféns, que comemoraram o retorno, cobram a volta dos israelenses que ainda estão sob poder do grupo palestino.
Só sete reféns — incluindo os quatro de agora — foram resgatados pelo exército israelense. Os demais foram libertados durante uma trégua do conflito em novembro, e vários morreram em Gaza durante o conflito.
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