especial
Octogenários da música: a história de Caetano Veloso
Por Cesar Gaglioni, Gabriella Sales e Mariana Froner
Neste especial, o ‘Nexo’ relembra a trajetória de Caetano Veloso, um dos principais nomes da música popular brasileira
BAHIA
Caetano Emanoel Viana Teles Veloso nasceu em Santo Amaro, no Recôncavo baiano, em 7 de agosto de 1942.
Caetano Veloso
Santo Amaro
Quinto dos sete filhos de José Teles Veloso, funcionário dos Correios, e de Claudionor “Dona Canô” Viana Teles Veloso, Caetano tem ascendência portuguesa, miscigenada com a etnia indígena pataxó, por parte de sua bisavó paterna.
Baía de Todos os Santos
Salvador
Álbuns selecionados
de Caetano Veloso
Caetano
Veloso
(Tropicália)
Caetano
Veloso
(A Little More Blue)
1968
1971
Cinema
Transcendental
Transa
1972
1979
Outras
Palavras
1981
Cores,
Nomes
1982
Meu Coco
2021
Cê
2006
No total, são
29
álbuns de estúdio
1972
19
álbuns ao vivo
músicas
gravadas
718
6
coletâneas
versões
catalogadas
4.114
Palavras mais
mencionadas nas
composições de
Caetano Veloso
Infância e adolescência
Quando criança, Caetano demonstrava interesse por artes e pinturas. Aos quatro anos, batizou sua irmã mais nova a partir do título de uma valsa do compositor Capiba: Maria Bethânia – que também se tornou nome importante na música brasileira.
Se apaixonou por música aos 16 anos, quando ouviu uma versão de “Chega de Saudade”, de João Gilberto, na voz de Marisa Gata Mansa.
Maria
Bethânia
Gilberto Gil
Parcerias duradouras
Em 1963, conheceu seu principal parceiro artístico: Gilberto Gil, de quem é amigo até hoje.
Na mesma época, conheceu Gal Costa e Tom Zé e colaborou com a irmã Bethânia. Seu primeiro trabalho musical foi na composição da trilha sonora da peça “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues, que contou com Bethânia no elenco.
Ele me trouxe tudo. Se eu toco um pouco de guitarra hoje é porque eu vi Gil tocando e copiei seus movimentos
Caetano Veloso em entrevista à BBC em 2015
Compositores com quem Caetano mais colaborou
17
Gilberto Gil
músicas
9
Milton Nascimento
8
Waly Salomão
7
João Donato
7
Arto Lindsay
4
Vinicius Cantuária
4
Torquato Neto
4
Sérgio Dias
4
Moacir Albuquerque
4
Jorge Mautner
4
Chico Buarque
3
Rita Lee
3
Maria Bethânia
3
José Miguel Wisnik
3
Djavan
3
Capinan
2
Arnaldo Antunes
2
Antônio Cícero
Gal Costa
O primeiro disco
O primeiro disco de Caetano foi “Domingo”, de 1967, em parceria com Gal Costa. Com sonoridade de bossa nova, o trabalho foi elogiado, mas não emplacou grande sucesso entre o público.
Uma das músicas de “Domingo”, no entanto, se destacou no 2º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record: “Um dia”.
“Domingo” conta com
quatro solos de Caetano,
cinco de Gal e três duetos
Tropicália
Ainda em 1967, Caetano lançou as músicas “No dia em que vim-me embora”, “Tropicália”, “Soy Loco por ti, América”, “Superbacana” e “Alegria, alegria”, todas grandes sucessos da época, especialmente pelo tom contestador que surgiu em meio ao fechamento político da ditadura militar (1964-1985).
No ano seguinte, participou do disco “Tropicália ou Panis et Circensis” ao lado de nomes como Gal, Nara Leão, Os Mutantes e Gil. Nessa época, emplacou o hit “É proibido proibir”, que ficou marcada por um embate entre Caetano e o público do 3º Festival Internacional da Canção, que não recebeu bem a canção.
Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir, este ano, uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado! São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada.
Caetano em discurso no 3º Festival Internacional da Canção, em 1968
Prisão
Em dezembro de 1968, a ditadura militar instaurou o Ato Institucional nº 5, dando início ao período de maior repressão do regime.
Nessa época, Gil e Caetano foram presos por dois meses, saindo da cadeia em fevereiro de 1969. Em julho daquele ano, foram obrigados a se exilar em Londres, onde ficaram até 1972.
Lá ele compôs “Transa”, disco icônico que mistura português e inglês, e se tornou um dos mais marcantes de sua carreira.
Durante o exílio, Caetano lançou os álbuns “Caetano Veloso” (1971) e “Transa” (1972)
Caetano disse que algo que ajudou ele a superar as dores da prisão e do exílio foi a canção “Hey Jude”, dos Beatles. Ele gravou uma versão da música em 2020.
O exílio de Caetano também inspirou a canção “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”, de Roberto Carlos, que homenageia o amigo exilado.
Sucesso
internacional
Na década de 1980, em meio à abertura política do país, Caetano consolidou seu sucesso internacional, fazendo shows em Portugal, França, Israel e em países da África. Também emplacou sucessos nos Estados Unidos. Continuou a carreira musical, com turnês anuais ou a cada dois anos, mantendo sua produção artística.
“Caetano Veloso” foi produzido para o mercado americano, gravado e lançado nos EUA em 1986 e no Brasil somente em 1990
Grammys ou indicações ao Grammy recebidos por Caetano
Por ano
indicado ao Grammy Latino
indicado ao Grammy
venceu
O álbum Livro venceu na categoria World Music
2000
2001
2002
2003
2004
2007
2008
2009
2011
2012
Caetano foi homenageado como Personalidade do Ano no Grammy Latino de 2012
2013
2014
2017
2020
2021
Talvez, de Caetano e Tom Veloso, levou o troféu de Gravação do Ano
Caetano escritor
e comentarista
Caetano Veloso tem afinidade com a escrita. Ao longo dos anos, se tornou escritor e comentarista político em veículos como o jornal O Globo e, mais recentemente, Mídia Ninja.
Em 1991, publicou um artigo no jornal New York Times discorrendo sobre a importância de Carmen Miranda para a cultura brasileira e americana. Em 2018, voltou ao Times com um artigo crítico ao então deputado Jair Bolsonaro, que estava prestes a disputar e vencer o segundo turno das eleições presidenciais. Ao todo, Caetano escreveu seis livros, entre 1977 e 2012.
A autobiografia “Verdade
Tropical” foi lançada em
1997 e ganhou uma edição
ampliada em 2017
Caetano teve dois casamentos: o primeiro, com Andréa Gadelha, durou entre 1967 e 1983 e deu à luz Moreno Veloso, músico e filho mais velho do cantor, e Júlia Veloso, única filha do artista.
O segundo foi com a produtora Paula Lavigne, entre 1986 e 2004. Os dois retomaram a relação em 2016 com uma união estável. Do matrimônio, vieram Tom Veloso e Zeca Veloso, também músicos – e que fazem turnês esporádicas com o pai.
Vida pessoal
Observações: Para analisar as palavras mais frequentes na discografia de Caetano Veloso, foram retiradas preposições, artigos, pronomes e verbos conjugados que são comumente utilizados (ser, estar, ir).
Fonte: Site Oficial, “Caetano: Uma Biografia” (2017), Letras.mus.br, Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB).
Neste especial, o ‘Nexo’ relembra a trajetória de Caetano Veloso, um dos principais nomes da música popular brasileira
BAHIA
Caetano Veloso
Santo Amaro
Caetano Emanoel Viana Teles Veloso nasceu em Santo Amaro, no Recôncavo baiano, em 7 de agosto de 1942.
Baía de Todos os Santos
Salvador
Quinto dos sete filhos de José Teles Veloso, funcionário dos Correios, e de Claudionor “Dona Canô” Viana Teles Veloso, Caetano tem ascendência portuguesa, miscigenada com a etnia indígena pataxó, por parte de sua bisavó paterna.
Álbuns
selecionados
de Caetano
Veloso
Caetano
Veloso
(Tropicália)
1968
Caetano
Veloso
(A Little
More
Blue)
1972
Transa
1971
Cinema
Transcendental
1979
1981
Outras Palavras
Cores,
Nomes
1982
Cê
2006
2021
Meu
Coco
No total, são
29
álbuns de estúdio
19
álbuns ao vivo
6
coletâneas
músicas
gravadas
718
4.114
versões
catalogadas
Palavras mais mencionadas nas
composições de Caetano Veloso
Infância e adolescência
Quando criança, Caetano demonstrava interesse por artes e pinturas. Aos quatro anos, batizou sua irmã mais nova a partir do título de uma valsa do compositor Capiba: Maria Bethânia – que também se tornou nome importante na música brasileira.
Maria
Bethânia
Se apaixonou por música aos 16 anos, quando ouviu uma versão de “Chega de Saudade”, de João Gilberto, na voz de Marisa Gata Mansa.
Gilberto
Gil
Parcerias duradouras
Em 1963, conheceu seu principal parceiro artístico: Gilberto Gil, de quem é amigo até hoje.
Ele me trouxe tudo. Se eu toco um pouco de guitarra hoje é porque eu vi Gil tocando e copiei seus movimentos
Caetano Veloso em entrevista à BBC em 2015
Na mesma época, conheceu Gal Costa e Tom Zé e colaborou com a irmã Bethânia. Seu primeiro trabalho musical foi na composição da trilha sonora da peça “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues, que contou com Bethânia no elenco.
Compositores com quem
Caetano mais colaborou
17
músicas
Gilberto Gil
9
Milton Nascimento
8
Waly Salomão
7
João Donato
7
Arto Lindsay
4
Vinicius Cantuária
4
Torquato Neto
4
Sérgio Dias
4
Moacir Albuquerque
4
Jorge Mautner
4
Chico Buarque
3
Rita Lee
3
Maria Bethânia
3
José Miguel Wisnik
3
Djavan
3
Capinan
2
Arnaldo Antunes
2
Antônio Cícero
Gal
Costa
O primeiro disco
O primeiro disco de Caetano foi “Domingo”, de 1967, em parceria com Gal Costa. Com sonoridade de bossa nova, o trabalho foi elogiado, mas não emplacou grande sucesso entre o público.
Uma das músicas de “Domingo”, no entanto, se destacou no 2º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record: “Um dia”.
“Domingo” conta com quatro solos de Caetano, cinco de Gal e três duetos
Tropicália
Ainda em 1967, Caetano lançou as músicas “No dia em que vim-me embora”, “Tropicália”, “Soy Loco por ti, América”, “Superbacana” e “Alegria, alegria”, todas grandes sucessos da época, especialmente pelo tom contestador que surgiu em meio ao fechamento político da ditadura militar (1964-1985).
No ano seguinte, participou do disco “Tropicália ou Panis et Circensis” ao lado de nomes como Gal, Nara Leão, Os Mutantes e Gil. Nessa época, emplacou o hit “É proibido proibir”, que ficou marcada por um embate entre Caetano e o público do 3º Festival Internacional da Canção, que não recebeu bem a canção.
Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir, este ano, uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado! São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada.
Caetano em discurso no 3º Festival Internacional da Canção, em 1968
Prisão
Em dezembro de 1968, a ditadura militar instaurou o Ato Institucional nº 5, dando início ao período de maior repressão do regime.
Nessa época, Gil e Caetano foram presos por dois meses, saindo da cadeia em fevereiro de 1969. Em julho daquele ano, foram obrigados a se exilar em Londres, onde ficaram até 1972.
Lá ele compôs “Transa”, disco icônico que mistura português e inglês, e se tornou um dos mais marcantes de sua carreira.
Durante o exílio, Caetano lançou os álbuns “Caetano Veloso” (1971) e “Transa” (1972)
Caetano disse que algo que ajudou ele a superar as dores da prisão e do exílio foi a canção “Hey Jude”, dos Beatles. Ele gravou uma versão da música em 2020.
O exílio de Caetano também inspirou a canção “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”, de Roberto Carlos, que homenageia o amigo exilado.
Sucesso internacional
Na década de 1980, em meio à abertura política do país, Caetano consolidou seu sucesso internacional, fazendo shows em Portugal, França, Israel e em países da África. Também emplacou sucessos nos Estados Unidos. Continuou a carreira musical, com turnês anuais ou a cada dois anos, mantendo sua produção artística.
“Caetano Veloso” foi produzido para o mercado americano, gravado e lançado nos EUA em 1986 e no Brasil somente em 1990
Grammys ou indicações ao Grammy recebidos por Caetano
Por ano
indicado ao
Grammy
indicado ao
Grammy Latino
venceu
O álbum Livro venceu na categoria World Music
2000
2001
2002
2003
2004
2007
2008
2009
2011
Caetano foi homenageado como Personalidade do Ano no Grammy Latino de 2012
2012
2013
2014
2017
2020
Talvez, de Caetano e Tom Veloso, levou o troféu de Gravação do Ano
2021
Caetano escritor
e comentarista
Caetano Veloso tem afinidade com a escrita. Ao longo dos anos, se tornou escritor e comentarista político em veículos como o jornal O Globo e, mais recentemente, Mídia Ninja.
Em 1991, publicou um artigo no jornal New York Times discorrendo sobre a importância de Carmen Miranda para a cultura brasileira e americana. Em 2018, voltou ao Times com um artigo crítico ao então deputado Jair Bolsonaro, que estava prestes a disputar e vencer o segundo turno das eleições presidenciais. Ao todo, Caetano escreveu seis livros, entre 1977 e 2012.
A autobiografia “Verdade Tropical” foi lançada em 1997 e ganhou uma edição ampliada em 2017
Vida pessoal
Caetano teve dois casamentos: o primeiro, com Andréa Gadelha, durou entre 1967 e 1983 e deu à luz Moreno Veloso, músico e filho mais velho do cantor, e Júlia Veloso, única filha do artista.
O segundo foi com a produtora Paula Lavigne, entre 1986 e 2004. Os dois retomaram a relação em 2016 com uma união estável. Do matrimônio, vieram Tom Veloso e Zeca Veloso, também músicos – e que fazem turnês esporádicas com o pai.
Observações: Para analisar as palavras mais frequentes na discografia de Caetano Veloso, foram retiradas preposições, artigos, pronomes e verbos conjugados que são comumente utilizados (ser, estar, ir).
Fonte: Site Oficial, “Caetano: Uma Biografia” (2017), Letras.mus.br, Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB).
Neste especial, o ‘Nexo’ relembra a trajetória de Caetano Veloso, um dos principais nomes da música popular brasileira
Caetano Emanoel Viana Teles Veloso nasceu em Santo Amaro, no Recôncavo baiano, em 7 de agosto de 1942.
Quinto dos sete filhos de José Teles Veloso, funcionário dos Correios, e de Claudionor “Dona Canô” Viana Teles Veloso, Caetano tem ascendência portuguesa, miscigenada com a etnia indígena pataxó, por parte de sua bisavó paterna.
BAHIA
Caetano Veloso
Santo Amaro
Álbuns selecionados de Caetano Veloso
Baía de Todos os Santos
Salvador
Caetano
Veloso
(Tropicália)
1968
Caetano
Veloso
(A Little More Blue)
1971
Cinema
Transcendental
1979
Transa
Outras
Palavras
1972
1981
Cores,
Nomes
Meu Coco
1982
2021
Cê
2006
29
No total, são
álbuns de estúdio
19
álbuns ao vivo
1972
6
coletâneas
versões
catalogadas
músicas
gravadas
718
4.114
Palavras mais
mencionadas nas
composições de
Caetano Veloso
Infância e adolescência
Quando criança, Caetano demonstrava interesse por artes e pinturas. Aos quatro anos, batizou sua irmã mais nova a partir do título de uma valsa do compositor Capiba: Maria Bethânia – que também se tornou nome importante na música brasileira.
Se apaixonou por música aos 16 anos, quando ouviu uma versão de “Chega de Saudade”, de João Gilberto, na voz de Marisa Gata Mansa.
Maria
Bethânia
Gilberto Gil
Parcerias duradouras
Em 1963, conheceu seu principal parceiro artístico: Gilberto Gil, de quem é amigo até hoje.
Na mesma época, conheceu Gal Costa e Tom Zé e colaborou com a irmã Bethânia. Seu primeiro trabalho musical foi na composição da trilha sonora da peça “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues, que contou com Bethânia no elenco.
Ele me trouxe tudo. Se eu toco um pouco
de guitarra hoje é porque eu vi Gil
tocando e copiei seus movimentos
Caetano Veloso em entrevista à BBC em 2015
17 músicas
Compositores com quem Caetano mais colaborou
Gilberto Gil
9
Milton Nascimento
8
Waly Salomão
7
João Donato
7
Arto Lindsay
4
Vinicius Cantuária
4
Torquato Neto
4
Sérgio Dias
4
Moacir Albuquerque
4
Jorge Mautner
4
Chico Buarque
3
Rita Lee
3
Maria Bethânia
3
José Miguel Wisnik
3
Djavan
3
Capinan
2
Arnaldo Antunes
2
Antônio Cícero
Gal Costa
O primeiro disco
O primeiro disco de Caetano foi “Domingo”, de 1967, em parceria com Gal Costa. Com sonoridade de bossa nova, o trabalho foi elogiado, mas não emplacou grande sucesso entre o público.
Uma das músicas de “Domingo”, no entanto, se destacou no 2º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record: “Um dia”.
“Domingo” conta com quatro solos de Caetano, cinco de Gal e três duetos
Tropicália
Ainda em 1967, Caetano lançou as músicas “No dia em que vim-me embora”, “Tropicália”, “Soy Loco por ti, América”, “Superbacana” e “Alegria, alegria”, todas grandes sucessos da época, especialmente pelo tom contestador que surgiu em meio ao fechamento político da ditadura militar (1964-1985).
No ano seguinte, participou do disco “Tropicália ou Panis et Circensis” ao lado de nomes como Gal, Nara Leão, Os Mutantes e Gil. Nessa época, emplacou o hit “É proibido proibir”, que ficou marcada por um embate entre Caetano e o público do 3º Festival Internacional da Canção, que não recebeu bem a canção.
Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir, este ano, uma música, um tipo de música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado! São a mesma juventude que vão sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada.
Caetano em discurso no 3º Festival Internacional da Canção, em 1968
Prisão
Em dezembro de 1968, a ditadura militar instaurou o Ato Institucional nº 5, dando início ao período de maior repressão do regime.
Nessa época, Gil e Caetano foram presos por dois meses, saindo da cadeia em fevereiro de 1969. Em julho daquele ano, foram obrigados a se exilar em Londres, onde ficaram até 1972.
Lá ele compôs “Transa”, disco icônico que mistura português e inglês, e se tornou um dos mais marcantes de sua carreira.
Durante o exílio, Caetano lançou os álbuns “Caetano Veloso” (1971) e “Transa” (1972)
Caetano disse que algo que ajudou ele a superar as dores da prisão e do exílio foi a canção “Hey Jude”, dos Beatles. Ele gravou uma versão da música em 2020.
O exílio de Caetano também inspirou a canção “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”, de Roberto Carlos, que homenageia o amigo exilado.
Sucesso internacional
Na década de 1980, em meio à abertura política do país, Caetano consolidou seu sucesso internacional, fazendo shows em Portugal, França, Israel e em países da África. Também emplacou sucessos nos Estados Unidos. Continuou a carreira musical, com turnês anuais ou a cada dois anos, mantendo sua produção artística.
“Caetano Veloso” foi produzido para o mercado americano, gravado e lançado nos EUA em 1986 e no Brasil somente em 1990
Grammys ou indicações ao Grammy recebidos por Caetano
Por ano
indicado ao Grammy Latino
indicado ao Grammy
venceu
O álbum Livro venceu na categoria World Music
2000
2001
2002
2003
2004
2007
2008
2009
2011
Caetano foi homenageado como Personalidade do Ano no Grammy Latino de 2012
2012
2013
2014
2017
2020
2021
Talvez, de Caetano e Tom Veloso, levou o troféu de Gravação do Ano
Caetano escritor e comentarista
Caetano Veloso tem afinidade com a escrita. Ao longo dos anos, se tornou escritor e comentarista político em veículos como o jornal O Globo e, mais recentemente, Mídia Ninja.
Em 1991, publicou um artigo no jornal New York Times discorrendo sobre a importância de Carmen Miranda para a cultura brasileira e americana. Em 2018, voltou ao Times com um artigo crítico ao então deputado Jair Bolsonaro, que estava prestes a disputar e vencer o segundo turno das eleições presidenciais. Ao todo, Caetano escreveu seis livros, entre 1977 e 2012.
A autobiografia “Verdade Tropical” foi lançada em 1997 e ganhou uma edição ampliada em 2017
Caetano teve dois casamentos: o primeiro, com Andréa Gadelha, durou entre 1967 e 1983 e deu à luz Moreno Veloso, músico e filho mais velho do cantor, e Júlia Veloso, única filha do artista.
O segundo foi com a produtora Paula Lavigne, entre 1986 e 2004. Os dois retomaram a relação em 2016 com uma união estável. Do matrimônio, vieram Tom Veloso e Zeca Veloso, também músicos – e que fazem turnês esporádicas com o pai.
Vida pessoal
Observações: Para analisar as palavras mais frequentes na discografia de Caetano Veloso, foram retiradas preposições, artigos, pronomes e verbos conjugados que são comumente utilizados (ser, estar, ir).
Fonte: Site Oficial, “Caetano: Uma Biografia” (2017), Letras.mus.br, Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB).
Roteiro por Cesar Gaglioni
Arte por Gabriella Sales e Mariana Froner
Dados por Gabriel Maia e Nicholas Pretto
Desenvolvimento por Mariana Froner
Edição por Aline Pellegrini e Gabriel Zanlorenssi
©2022 Nexo Jornal
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