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Por que o preço do café disparou em 2024 no Brasil

Gabriel Zanlorenssi e Giovanna Hemerly

06 de fevereiro de 2025(atualizado 06/02/2025 às 15h15)

Crise climática, estoque reduzido e aumento nas exportações fizeram a produção brasileira alcançar valor histórico. Saca do tipo arábica passou de R$ 2.000

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Em janeiro de 2025, o preço do café atingiu um recorde histórico, com a saca de 60 quilos do tipo arábica, principal produzido no Brasil, sendo comercializada por R$ 2.333. É o maior valor registrado desde o início da série histórica do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Universidade de São Paulo.

O valor, comparado com janeiro de 2024, representa uma alta de 124,6%. É a maior alta de um janeiro para o outro de toda a série histórica, iniciada em setembro de 1996.

Entre os principais fatores por trás da disparada nos preços estão o baixo volume de estoques, diante do aumento da demanda externa e das adversidades climáticas. O Brasil, maior produtor mundial de café, enfrentou no ano passado a pior seca em 70 anos. Além disso, ondas de calor intensas afetaram o ciclo de produção entre 2023 e 2024. A Companhia Nacional de Abastecimento projeta que a safra de 2025 será de 51,8 milhões de sacas, uma queda de 12,4% em relação ao ano anterior.

A crise climática também afetou outros grandes produtores de café, como o Vietnã, maior exportador mundial do tipo robusta. O país asiático registrou uma redução de 17,2% na produção, que contribuiu para a queda global na oferta e maior procura pelo grão brasileiro.

Com isso, o Brasil bateu recorde de exportações em 2024, atingindo a marca de 50,4 milhões de sacas de café exportadas, um crescimento de 28,8% em relação ao ano anterior. O aumento nas exportações, por outro lado, intensificou a alta nos preços para os consumidores.

O Cepea tem metodologias diferentes para calcular os preços dos cafés arábica e robusta, considerando regiões de referência diferentes. Confira nesta tabela os dados que o Nexo utilizou no gráfico.

 

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