Desenvolver um novo medicamento custa centenas de milhões — ou bilhões — de dólares e leva mais de uma década. Lógico que as empresas farmacêuticas têm um incentivo fortíssimo para só criar remédios que depois possam ser vendidos a preços altos. Com isso, há doenças sérias que acabam sendo negligenciadas: aquelas que atingem os países pobres, ou as que afetam as classes mais baixas. Males como a doença de Chagas e a doença do sono africana, frequentes em áreas sem saneamento em países tropicais, acabam contando com pouquíssimas opções de tratamento.
Encontrar respostas para esse problema tem sido a missão de vida da farmacêutica Rafaela Ferreira, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), desde que ela encontrou sua vocação, ainda na adolescência. Num doutorado nos Estados Unidos, ela aprendeu a usar computadores para encontrar atalhos no caro e demorado processo de desenvolvimento de fármacos. Agora, ela usa recursos públicos e do terceiro setor para encontrar fármacos no Brasil.
Nesta entrevista, Rafaela falou sobre a necessidade de instituições públicas de ensino e pesquisa e a dificuldade do momento atual, em que elas estão enfrentando forte crise financeira.
Cientistas do Brasil
Quem:Rafaela Salgado Ferreira, 36 anos