A representatividade nas eleições, entre tentativas e avanços
Guilherme Henrique
23 de dezembro de 2020(atualizado 28/12/2023 às 13h05)Ao longo do mês de dezembro, o ‘Nexo’ destaca 20 características do nosso tempo que foram escancaradas em 2020. Neste capítulo, mostra o aumento tímido da diversidade na política
Mulheres protestando no Brasil e Kamala Harris em campanha nas eleições dos EUA
A baixa presença de mulheres e pessoas não-brancas em cargos políticos é uma realidade em diversos países do mundo. O crescimento de movimentos feministas, antirracistas e LGBTI, no entanto, tem reforçado a pauta no debate político e produzido avanços, mesmo que tímidos, em termos de representatividade.
No Brasil, mudanças recentes na legislação tentam reverter esse cenário, com a criação de cotas para candidaturas e regras de financiamento para equiparar as chances de disputa. Em 2020, o Judiciário obrigou partidos a distribuírem verbas e tempo de TV e rádio de forma proporcional a negros e não-negros.
As urnas registraram um pequeno avanço em relação a 2016. O número de mulheres e de pessoas autodeclaradas negras ou pardas em prefeituras aumentou, mas ainda não representa o retrato populacional do país. Nas capitais, o predomínio entre os eleitos ainda é de homens brancos.
Nas Câmaras Municipais, vitórias simbólicas evidenciaram a baixa representatividade histórica. O número de mulheres não-brancas eleitas para Legislativos locais subiu 23% . Curitiba elegeu a primeira mulher negra como vereadora, Carol Dartora (PT). Belo Horizonte, a primeira mulher trans, com Duda Salabert (PDT), que teve a maior votação da cidade. Em todo o Brasil, 30 candidaturas trans obtiveram vitória, um número quatro vezes maior que em 2016.
A discussão sobre representatividade também foi central nos EUA, onde Kamala Harris foi candidata à vice-presidente na chapa vitoriosa de Joe Biden. Mulher negra e filha de imigrantes , Harris foi peça fundamental na campanha do Partido Democrata que derrotou o republicano Donald Trump. O aumento da diversidade também foi registrado na eleição para o Congresso americano, com acréscimo na representação feminina e a vitória de candidatos LGBTI .
Abaixo, o Nexo lista cinco conteúdos publicados em 2020 que ajudam a revisitar e entender o assunto.
Deputada Federal Benedita da Silva (PT-RJ) em sessão no plenário da Câmara, em Brasília
Às vésperas das eleições municipais, Tribunal Superior Eleitoral instituiu regra que obriga partidos a destinar verbas e tempo de rádio e TV de maneira proporcional entre candidatos negros e brancos
Em manifestação em Manaus em junho, mulher segura placa em homenagem à vereadora morta em 2018
O ‘Nexo’ conversou com uma socióloga e uma cientista política que analisam se o Brasil caminha para avançar na representatividade de negros e mulheres na política
Ativista Marcela Decothe
Reportagem publicada na revista digital‘Gama’ mostra como jovens de periferia em diversas cidades do Brasil estão se organizando e incluindo novas pautas para influenciar a agenda política do país
Senadora Kamala Harris, vice-presidente eleita dos EUA
Senadora filha de indiana e jamaicano já questionou o governo Bolsonaro na área ambiental. Na política americana, ela se alinha a políticos tradicionais
Foto modificada de um Parlamento
Na plataforma Nexo Políticas Públicas, artigo mostra como estudos científicos relacionam a reserva de vagas para lideranças femininas na arena pública e o aumento na implementação de ações e programas de governo alinhados com demandas do eleitorado feminino
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