Sidarta Ribeiro

— Neurocientista

Biólogo, mestre em biofísica e doutor em comportamento animal, Sidarta Ribeiro é professor e vice-diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O autor do livro “O oráculo da noite” fala sobre a sua carreira, o papel dos sonhos na humanidade e como a pandemia o obrigou a fazer uma ‘rehab’ do seu ritmo intenso de trabalho.

Thaisa Bergmann

— Astrofísica

Mestre em astrofísica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio, Thaisa Bergmann é doutora na mesma área pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde é professora e chefe de um grupo de pesquisas. Ela fala sobre o papel dos buracos negros na evolução do universo, como eles foram representados na cultura pop e os desafios de comunicar a ciência a um público leigo.

Sônia Guimarães

— Física

Primeira mulher negra a lecionar no ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), Sônia Guimarães fala sobre pesquisas em inovação tecnológica e a persistência do racismo no meio acadêmico. Ela é especializada em tecnologia dos componentes, mestre em física aplicada pela Universidade de São Paulo e doutora em materiais eletrônicos pela Universidade de Manchester.

Carlos Monteiro

— Médico

Médico epidemiologista especializado na área de nutrição, Carlos Monteiro fala sobre o papel dos hábitos alimentares na saúde dos brasileiros e a importância de enxergar a cozinha como um laboratório de criatividade. Ele é mestre em medicina preventiva e doutor em saúde pública pela Universidade de São Paulo, onde é professor.

Mercedes Bustamante

— Bióloga

Professora na Universidade de Brasília, Mercedes Bustamante fala sobre a centralidade das mudanças climáticas no país e a importância do bioma do Cerrado para as demais regiões brasileiras. Ela é mestre em ciências agrárias pela Universidade de Viçosa, em Minas Gerais, e doutora em geobotânica pela Universidade de Trier, na Alemanha.

Walter Neves

— Arqueólogo

Arqueólogo, antropólogo e biólogo, Walter Neves fala sobre seu trabalho estudando nossos ancestrais e a importância de pesquisadores se aproximarem do público. Ele se formou em biologia pela Universidade de São Paulo, onde também fez doutorado na área. Foi responsável por estudar a Luzia, considerado o esqueleto humano mais antigo já encontrado no continente americano.

Rosy Isaias

— Botânica

Professora da Universidade Federal de Minas Gerais, Rosy Isaias fala sobre a nossa dependência do mundo vegetal e as ameaças que a destruição ambiental acelerada impõem ao estudo da botânica. Ela é formada em biologia pela Universidade Santa Úrsula, fez mestrado em botânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado na mesma área pela Universidade de São Paulo.

Roberto Schaeffer

— Engenheiro

Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Schaeffer fala sobre os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Ele se formou em engenharia elétrica pela Universidade Federal do Paraná, fez mestrado em planejamento energético pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado na mesma área pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Beatriz Raposo

— Linguista

Professora da Universidade de São Paulo, Beatriz Raposo de Medeiros fala sobre o estudo dos sons de uma língua, a intersecção entre fala e canto e a interface da linguística com outras áreas do conhecimento. Ela tem graduação em letras pela Universidade Estadual de Campinas e mestrado e doutorado em linguística pela mesma instituição.

Natália Pasternak

— Microbiologista

Presença frequente no noticiário sobre a pandemia de covid-19, Natália Pasternak é fundadora e presidente do Instituto Questão de Ciência, ONG dedicada à divulgação científica. A microbiologista fala sobre seu trabalho com o público e a importância de se encantar com a ciência. Ela é graduada em biologia pela Universidade de São Paulo, onde fez doutorado e pós-doutorado em microbiologia.

Marlucia Martins

— Zoóloga

Pesquisadora titular no Museu Emílio Goeldi, no Pará, Marlucia Martins fala sobre o papel fundamental dos insetos para o equilíbrio do planeta. Ela é formada em biologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, tem mestrado em ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia e doutorado na mesma área pela Universidade Estadual de Campinas.

Carlos Alfredo Joly

— Biólogo

Professor da Universidade Estadual de Campinas e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, Carlos Alfredo Joly fala sobre biodiversidade, políticas públicas para o meio ambiente e mudanças climáticas. Ele é formado pela Universidade de São Paulo, mestre em biologia vegetal pela Universidade Estadual de Campinas e doutor pela Universidade St. Andrews, na Escócia.

Celina Turchi

— Epidemiologista

Celina Turchi fala sobre seu trabalho com o vírus zika e a necessidade de investimento contínuo em ciência e saúde. Ela é médica formada pela Universidade Federal de Goiás, mestre em epidemiologia pela Escola de Higiene de Londres e doutora em medicina preventiva pela Universidade de São Paulo. Atualmente trabalha no Instituto de Pesquisa Aggeu Magalhães, em Pernambuco.

Virgílio Almeida

— Cientista da computação

Virgílio Almeida fala sobre a importância de enxergar a área da tecnologia dentro do seu contexto social. Formado em engenharia elétrica, mestre em informática e doutor em ciência da computação, ele é membro titular da Academia Brasileira de Ciências, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais e professor associado da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Carolina Araujo

— Matemática

Pesquisadoras do IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), onde pesquisa e leciona geometria algébrica, Carolina Araujo fala sobre o que separa o conhecimento teórico matemático das aplicações da disciplina na vida real. Ela é formada em matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio e doutora na área pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Nascida no fim do século 19, Bertha foi contra a corrente. Ela fez carreira como bióloga, especializou-se em anfíbios anuros, cuidou do acervo de pesquisa de seu pai e foi chefe do Departamento de Biologia do Museu Nacional. Além disso, ela lutou pelo voto feminino no Brasil, foi eleita como deputada federal suplente e fez a igualdade de gênero ser reconhecida internacionalmente.

O médico baiano Juliano Moreira foi um dos raros pesquisadores negros de seu tempo. Considerado um dos mentores da psiquiatria moderna no Brasil, era tido como louco por tratar os doentes mentais como gente. Por meio de seus estudos, combateu o racismo científico que se popularizava, humanizando o tratamento de doentes mentais na virada do século 20.

Ele dedicou sua vida a levar saneamento e atendimento médico para o interior do Brasil. Carlos Chagas fez expedições e pesquisas de campo em regiões remotas que foram determinantes para compreender e combater doenças tropicais. Médico dedicado à pesquisa básica, foi o único na história a descrever uma enfermidade infecciosa do transmissor aos sintomas – e virou referência no país e no mundo.

Formada na quinta turma de curso de química da USP, Blanka fez no doutorado um trabalho pioneiro sobre compostos de enxofre, que foi importante para melhorar a remoção desse componente nos subprodutos de petróleo. Uma das fundadoras do Instituto de Química da USP, ela formou gerações de profissionais e obteve reconhecimento internacional pelo trabalho como pesquisadora.

Johanna revolucionou a agronomia mundial com seus estudos sobre a relação benéfica entre bactérias e plantas, que fizeram do Brasil uma potência global na produção de soja. Estima-se que as técnicas de cultivo derivadas de suas pesquisas poupem bilhões de dólares ao país todo ano. Ela foi indicada ao prêmio Nobel de Química.

O agrônomo e geneticista Alcides Carvalho é considerado um dos maiores especialistas em café de todos os tempos. Em mais de 50 anos dedicados ao estudo da planta, desenvolveu mais de 60 novas variedades e elevou a qualidade do café brasileiro. Graças a seu trabalho, o país é grande exportador e tem um dos bancos de variedades e de espécies de café mais completos do mundo.

Ruth Nussenzweig foi médica e dedicou sua vida a combater a malária. Remando contra a desconfiança de seus pares pesquisadores, desenvolveu uma promissora vacina contra a doença. Atualmente, metade das cerca de 30 vacinas contra malária em desenvolvimento utilizam a CSP, uma proteína que recobre o parasita da doença, descoberta por ela.

O astrofísico Mário Schenberg foi um dos físicos teóricos mais importantes do Brasil. Estudou com grandes pesquisadores de seu tempo e descreveu o funcionamento das estrelas e de partículas elementares. E ele não se limitou a atuar apenas na ciência: foi também político — teve um mandato de deputado federal em 1947 — e foi crítico de arte, tendo feito parte dos júris de seleção em três Bienais.

Marília Regali foi uma das primeiras geólogas formadas no Brasil. Pioneira na área, aprendeu os segredos de prospectar petróleo com auxílio da palinologia, que estuda pólens e esporos no solo. Também foi a primeira mulher contratada pela Petrobras. Ela passou a vida investigando a formação do solo de terras e de mares brasileiros – e ensinando gerações a continuar essa pesquisa.

O maior geógrafo brasileiro, Milton Santos foi, talvez, o cientista negro mais importante da nossa história. O seu olhar sobre como as cidades funcionam e se desenvolvem, sobretudo em países pobres, fez dele um cidadão do mundo, convidado para fazer sua pesquisa em vários países. Ele expandiu as fronteiras dos estudos em geografia para campos diversos, como urbanismo, sociologia e economia.

Marta Vannucci estudou os oceanos e se tornou uma das maiores especialistas do mundo em manguezais e defensora desse ecossistema. Foi fundadora do Instituto Oceanográfico da USP, capitaneou a construção de um navio para pesquisas e foi a primeira mulher na Academia Brasileira de Ciências. Pela Unesco, ela percorreu litorais do mundo todo e publicou mais de 100 estudos, no Brasil e no exterior.

O mais premiado matemático brasileiro, Jacob Palis, em conjunto com colegas de sua geração, foi responsável por elevar a matemática brasileira à elite mundial. Em sua trajetória, ele desenvolveu e provou teoremas e foi responsável por uma progressão geométrica na formação de cientistas no país. Além das premiações, dirigiu importantes entidades e associações científicas.

Ludmila Rattis

— Ecóloga espacial

Ecologia espacial é a área da biologia que estuda a relação entre as diversas espécies e o ambiente. Ludmila pesquisa a fronteira agrícola brasileira, ao sul da Amazônia, região por onde o desmatamento avança, dando lugar a plantações. Ela cria modelos em computador que ajudam a entender como a natureza influi na agricultura e qual o impacto do desmatamento na produção de comida no país.

Douglas Galante

— Astrobiólogo

Astrobiólogo é alguém dedicado a entender e procurar vida no Universo. Douglas pesquisa rochas vulcânicas. Ele faz expedições a ambientes extremos para coletar bactérias capazes de sobreviver no espaço, e as bombardeia com fótons supervelozes num acelerador de partículas dentro do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas, onde trabalha.

Adriana Alves

— Geóloga

Adriana procura pistas sobre o passado da vida na Terra em rochas vulcânicas de milhões de anos. Professora da USP, ela descende de escravizados vindos da África. Crescida na favela, filha de uma empregada doméstica e de um motorista de ônibus ausente, foi a primeira da família a entrar em universidade pública e uma das únicas negras em todo lugar por onde passou desde o ensino médio.

Thoroh de Souza

— Físico aplicado

Thoroh é físico aplicado, especialista em fotônica (o estudo da transmissão da luz). Atualmente, está dedicado a estudar o grafeno, que vem sendo celebrado como um dos mais revolucionários materiais do futuro. Nascido no interior de Minas, ele comandou o time que criou um centro privado de pesquisa básica e desenvolvimento tecnológico especializado no material.

Patricia Bado

— Neurocientista

A neurociência estuda o cérebro para tentar compreender os comportamentos humanos. Patricia estava interessada em entender por que algumas pessoas se excedem na alimentação. Conforme foi estudando o comportamento alimentar no cérebro, procurou entender por que algumas pessoas têm apetites mais exacerbados do que outras — apetites de comida, sexo, interação social.

Vinicius Ramos

— Matemático

Vinicius pesquisa geometria simplética, um ramo da matemática que estuda a geometria de um espaço onde acontece um movimento — levando em conta ao mesmo tempo a posição e a velocidade desse deslocamento. Ele é um dos destaques emergentes do Impa, caso raro de instituição brasileira de pesquisa que não fica muito a dever a nenhuma outra, em nenhum lugar do mundo.

Daniela Trivella

— ‘Biofísicoquímica’

Daniela se especializou em transformar moléculas da natureza em insumos valiosos para a indústria. Ela planta espécies brasileiras, procurando nelas esses elementos e usa o processamento de dados para descobrir quais dessas moléculas são úteis. Ela quer descobrir novos medicamentos para o tratamento de doenças que ainda não têm cura, usando a maior riqueza do Brasil, que é a biodiversidade.

Mauro Copelli

— Físico teórico

Professor da UFPE, Copelli começou a carreira focado apenas em cálculos e modelos teóricos, em universidades de ponta da Bélgica e da Califórnia. Lá, descobriu que suas ferramentas de físico poderiam ser úteis para os biólogos que quebravam a cabeça para desvendar o objeto mais complexo do mundo: o cérebro. Mais especificamente: para ajudar a descobrir como esse órgão produz a consciência.

André Luiz Souza

— Linguista cognitivo

Professor universitário nos EUA e pesquisador que trabalhou em algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, André nasceu numa favela em Belo Horizonte. Passou fome, se achou burro, morou escondido no laboratório, especializou-se em comportamento humano e hoje é um profissional disputado pelas maiores empresas de tecnologia do Vale do Silício.

Marcelle Soares-Santos

— Astrofísica

Professora da Universidade Brandeis, em Massachusetts, nos Estados Unidos, a capixaba Marcelle é uma das coordenadoras do grupo de mais de 400 cientistas que não tiram o olho do céu, em busca de pistas que forneçam uma resposta para uma imensa pergunta: se o Universo está se expandindo cada vez mais rápido e se as coisas não deveriam acelerar sozinhas, o que é responsável por essa aceleração?

André Strauss

— Bioarqueólogo

Especializado em esqueletos humanos antigos, André está retraçando os passos dos primeiros habitantes da América do Sul, para entender como se deu o povoamento da região. Para isso, ele usa uma ferramenta nova: DNA extraído de ossos com milhares de anos de idade — que ele encontra escavando em campo por um mês todos os anos, e depois passa muitos meses os estudando.

Rafaela Ferreira

— Farmacêutica

Rafaela trabalha com o planejamento racional de fármacos, que poupa tempo e dinheiro, ao utilizar informações conhecidas, filtradas com programas computacionais, para diminuir a necessidade de experimentos em laboratório. Ela busca tratamentos para doenças negligenciadas — aquelas que atingem milhões de pessoas em países pobres e pelas quais a indústria não se interessa.