A culinária nacional passou a ser muito mais estudada nas três últimas décadas, o que se refletiu em publicações muito boas no mercado editorial. Os tantos livros que surgiram nesse período abarcam a alimentação indígena, as receitas dos povos europeus que aqui aportaram e também a culinária de imigrantes de outras partes do mundo todo que vieram mais tarde para o Brasil. 

Em minhas palestras sobre o tema, costumo falar que o primeiro livro que tem a alimentação brasileira como destaque é “Duas viagens ao Brasil”, do mercenário alemão Hans Staden. Em sua primeira viagem para cá, em 1549, Staden passou por Pernambuco e pela Paraíba; na segunda, em 1550, foi capturado no litoral de São Paulo pelos Tupinambá, que eram antropofágicos – o que não deixa de ser uma tradição culinária (do passado) do país.

Mas o primeiro livro escolhido para esta lista não é o do Staden. De autoria não identificada, ele foi publicado originalmente no século 19. O mais recente, lançado em 2022, fala das cozinheiras negras que têm alimentado o brasileiro através dos séculos com suas mãos repletas de afeto.