6 países onde há igualdade de gênero no mercado de trabalho
Juliana Sayuri
28 de fevereiro de 2019(atualizado 28/12/2023 às 23h20)Produzido pelo Banco Mundial, estudo 'Mulheres, Empresas e o Direito 2019' registrou pontuação máxima de Bélgica, Dinamarca, França, Letônia, Luxemburgo e Suécia
Slogan ‘equal pay day’ marca protesto por paridade salarial na Europa, em 2017
Um novo estudo do Banco Mundial, publicado nesta quarta-feira (27), analisou a condição legal para igualdade de gênero no mercado de trabalho de 187 países, entre 2008 e 2017. De acordo com o relatório “Mulheres, Empresas e o Direito 2019” , apenas seis países possuem direitos legais iguais no mercado, como políticas para inclusão econômica e legislações para garantir a paridade salarial entre homens e mulheres.
Os seis são europeus: Bélgica, Dinamarca, França, Letônia, Luxemburgo e Suécia atingiram a nota máxima (100 pontos) no levantamento, que considerou oito indicadores, segmentados em 35 tópicos. O Brasil pontuou 81,88. A Arábia Saudita registrou a pior marca, com 25,63.
O índice do Banco Mundial apontou avanços.
131 países promoveram 274 mudanças nas suas leis, tiveram melhores resultados e alavancaram a média mundial de 70,06 (em 2008) para 74,71 (em 2017)
35 países aprovaram leis contra assédio sexual no trabalho, como a Bolívia
22 países eliminaram antigas restrições de mulheres ao trabalho, como República Democrática do Congo e Zâmbia
13 países fizeram novas leis para garantir salários iguais para trabalhos iguais, como Bélgica, Bolívia e Líbia
Apesar dos avanços, o levantamento destaca que a desigualdade de direitos e a ocorrência de práticas discriminatórias ainda restringem o acesso de mulheres a empregos ou à abertura de empresas. Nos últimos dez anos, 56 países não lançaram nenhuma lei ou reforma regulatória para melhorar a igualdade de oportunidade para mulheres.
“Os avanços vêm ocorrendo, mas não em um ritmo rápido o suficiente, e 2,7 bilhões de mulheres ainda enfrentam impedimentos legais no acesso às mesmas oportunidades de emprego que os homens. É primordial eliminarmos as barreiras que limitam as oportunidades das mulheres, e este relatório visa a demonstrar que as reformas são possíveis, bem como acelerar as mudanças”
O estudo considerou oito indicadores, que pretendem cobrir marcos da vida profissional de uma mulher ao longo da vida, comparando-os com os direitos garantidos a um homem. Foram analisados os dados disponíveis nas legislações e regulamentos de cada país.
A trajetória inclui: sair de casa, ingressar no mercado, receber salário, casar, ter filhos, abrir um negócio, administrar bens e receber pensão.
Sair de casa
Ingressar no mercado
Receber salário
Casar
Ter filhos
Abrir um negócio
Administrar bens
Aposentar-se
Entre 2008 e 2017, o índice que mede a igualdade de gênero subiu de 75,40 para 79,09 na América Latina. Nos últimos dez anos, a Bolívia aprovou uma lei contra assédio sexual e o México proibiu a demissão de gestantes.
O Brasil obteve nota máxima em quatro quesitos: liberdade de movimento, ingresso no mercado de trabalho, direitos no casamento e administração de bens. O item que derrubou a média da nota nacional foi a Previdência .
Impulsionado por 47 reformas, o índice regional saltou de 80,13 para 84,74 na Europa e Ásia central. Cazaquistão e Ucrânia, por exemplo, igualaram idades para aposentadoria com pensão previdenciária integral.
Na Ásia, que saltou de 64,80 para 70,73 pontos, nove países se destacaram no tópico “casar”, com a adoção de leis contra a violência doméstica. Além disso, China, Cingapura e Vietnã instituíram licença-paternidade remunerada.
O recorde de reformas (71) aconteceu na África subsaariana, avançando principalmente no combate à violência de gênero. O menor índice regional foi registrado no Oriente Médio e norte da África, com 47,37.
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