PF prende Roberto Jefferson em inquérito das milícias digitais
Da Redação
13 de agosto de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h17)Ordem partiu do ministro do Supremo Alexandre de Moraes após pedido da Polícia Federal, em desdobramento da investigação dos atos antidemocráticos
Roberto Jefferson, presidente do PTB
A Polícia Federal prendeu preventivamente na manhã desta sexta-feira (13) o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e aliado do presidente Jair Bolsonaro.
A prisão foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, no âmbito da investigação sobre a existência de uma suposta organização criminosa, classificada como uma“milícia digital”, que agiria difundindo notícias falsas para atacar instituições democráticas no Brasil, possivelmente com uso de verbas públicas. Instada a se manifestar, a Procuradoria-Geral da República foi contra a prisão. A polícia apreendeu armas e equipamentos eletrônicos de Jefferson, e Moraes mandou bloquear contas do ex-deputado nas redes sociais.
Na decisão em que autorizou a prisão, Moraes cita uma série de postagens e entrevistas de Jefferson nas quais ele ataca o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. Nelas, o ex-deputado propõe invadir o Senado e interromper os trabalhos da CPI da Covid, faz ameaças às eleições de 2022, clama por intervenção militar e insurreição popular e pede a cassação de todos os ministros do Supremo, além de ofender os membros da corte. Em muitos dos vídeos e fotos publicados por Jefferson recentemente, ele aparece portando armas. Em um vídeo de abril, ele aparece de balaclava incitando cristãos a invadirem templos religiosos, à época fechados por restrições devidas à pandemia de covid-19.
“Identifica-se a vinculação de Roberto Jefferson ao escopo da presente investigação, diante de reiteradas manifestações proferidas por meio de postagens em redes sociais e em entrevistas concedidas, demonstrando aderência voluntária ao mesmo modo de agir da associação especializada ora investigada, focada nos mesmos objetivos: atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização e de ódio, e gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos poderes da República.”
Ao justificar a prisão preventiva, Moraes afirmou que ela é necessária para garantia de ordem pública e para“conveniência da instrução criminal”. O ex-deputado – que já foi preso anteriormente por envolvimento no escândalo do mensalão – diz que é vítima de perseguição política, chamou a operação de “canalhice” e Moraes de “cachorro do STF”.
A investigação que levou à prisão preventiva de Jefferson é uma das frentes abertas por Moraes em julho contra aliados do presidente, depois que ele mesmo decidiu arquivar inquérito anterior, que investigava de maneira mais abrangente o financiamento dos atos antidemocráticos que ocorreram no primeiro semestre de 2020 no Brasil.
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