Maioria é contra prescrição médica para vacinar crianças
Da Redação
04 de janeiro de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h17)Ministério da Saúde divulgou em audiência pública resultados de consulta virtual sobre imunização de pessoas de 5 a 11 anos. Aplicação de doses da Pfizer foi autorizada em dezembro pela Anvisa
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Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em coletiva de imprensa
O governo federal anunciou nesta terça-feira (4) que a maioria das pessoas que responderam à consulta pública sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 foi contra a necessidade de receita médica para imunização desse grupo, como defende Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A informação foi divulgada pelasecretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite, em audiência pública sobre o tema.
Segundo a secretária, a maioria dos que responderam à pesquisa também concordou com a não obrigatoriedade da vacinação. Cerca de 99 mil pessoas participaram do formulário on-line, de acordo com o Ministério da Saúde. A pesquisa criada pelo governo esteve aberta de 23 a 2 de janeiro, e a íntegra dos resultados ainda não foi divulgada.
A audiência pública sobre a vacinação de crianças começou na manhã desta terça-feira (4). Segundo o Ministério da Saúde, o o objetivo é “promover um debate com especialistas na área de saúde” para “obter informações para nortear a estratégia de operacionalização e tomada de decisões”. A imunização de crianças de 5 a 11 anos com a dose pediátrica da Pfizer foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de dezembro de 2021.
Participam do debate representantes do ministério e de secretarias estaduais de Saúde, do Conselho Federal de Medicina e de sociedades médicas especializadas. Convidada pelo governo federal, a Anvisa recusou a participação no evento. Em ofício, o órgão afirmou que já emitiu seu posicionamento técnico em relação ao tema. Na audiência em que aprovou a vacina da Pfizer, a Anvisa considerou que o imunizante infantil é seguro e eficaz contra a covid-19.
A audiência também recebeu médicos contrários à vacinação infantil , como R oberto Zeballos, Augusto Nasser e Roberta Lacerda, que defendem o uso da hidroxicloroquina — medicamento ineficaz no tratamento da covid-19. Zeballos e Lacerda representam a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados, chefiada pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Apesar de a autorização da Anvisa ter sido emitida em dezembro, o governo ainda não deu início à vacinação do público infantil, que já acontece em dezenas de outros países . Em vez disso, encomendou a consulta e a audiência pública desta terça-feira (4) sobre o tema. A medida foi criticada por especialistas por abrir espaço para a opinião pública num tema que deve ser técnico e por atrasar o processo de imunização das crianças.
Em nota do fim de dezembro, o Ministério da Saúde apontou ser favorável à vacinação infantil, mas ressalvou que manifestação sua posição no dia 5 de janeiro. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na segunda-feira (3) que as doses pediátricas da Pfizer começariam a ser distribuídas aos estados na segunda quinzena do mês. Os imunizantes ainda não disponíveis no país.
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