Governo anuncia vacinação infantil sem prescrição médica
Da Redação
05 de janeiro de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h17)Campanha começará por crianças com comorbidades, segundo Ministério da Saúde. Primeiras doses da Pfizer devem chegar em 13 de janeiro, apesar de aval da Anvisa desde dezembro de 2021
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante evento em Brasília
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (5) as regras para a vacinação de brasileiros de 5 a 11 anos. A pasta recuou da ideia de exigência de prescrição médica para imunizar crianças.
Em entrevista para jornalistas concedida em Brasília, a equipe do ministro Marcelo Queiroga expôs que crianças com comorbidades terão prioridade. Na sequência, a fila seguirá das crianças mais velhas às mais novas. O intervalo entre as duas doses será de oito semanas – na bula da vacina, a diferença prevista é de três semanas, mas o ministério afirma que a resposta imunológica é maior com intervalo mais longo.
Na ausência dos pais ou responsáveis, as crianças deverão ter uma autorização escrita para receber o imunizante. Embora o governo tenha desistido de exigir prescrição, Rosana Leite de Melo, secretária de Enfrentamento à Covid, disse na entrevista que a pasta recomenda a consulta a um médico antes da vacinação.
A aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos foi liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de dezembro. Estudos com crianças mostram que a imunização com a Pfizer é eficaz e segura . Ao menos 31 países já começaram a vacinação infantil até 5 de janeiro de 2022, segundo levantamento do portal G1.
Após a aprovação da Anvisa, o governo não anunciou imediatamente a compra de doses pediátricas nem iniciou a campanha de imunização, que tem sido criticada publicamente por Jair Bolsonaro (PL). Em vez disso, o Ministério da Saúde abriu uma consulta pública à população de 23 de dezembro a 2 de janeiro. A medida recebeu críticas por atrasar o início da vacinação e por passar um tema técnico– com avaliação e aprovação de órgãos especializados – pela opinião pública .
Além da consulta, o ministério fez na terça-feira (4) uma audiência pública com o objetivo de “promover um debate com especialistas na área de saúde” sobre o tema. Convidada pelo governo federal, a Anvisa recusou a participação no evento. Na audiência, a pasta comunicou que a maioria das respostas na consulta pública foi contrária à exigência de prescrição médica.
O Ministério da Saúde estima que as primeiras doses infantis chegarão ao Brasil em 13 de janeiro. Segundo a pasta, houve 311 óbitos de crianças de 5 a 11 anos por covid-19 no Brasil entre março de 2020 e 5 de janeiro de 2022. O número equivale a cerca de uma criança brasileira morta por covid-19 a cada dois dias.
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