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Militares receberam supersalários no auge da pandemia

Da Redação

11 de agosto de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h38)

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revela que rendimentos chegaram a R$ 1 milhão. Um dos citados é Braga Netto, vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro à reeleição. Ministério Público acionou o TCU

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FOTO: ADRIANO MACHADO/REUTERS/ 01.04.2022

Em cerimônia militar da Força Aérea, o presidente Jair Bolsonaro observa e Walter Braga Netto o cumprimenta

Walter Braga Netto cumprimenta o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em cerimônia militar em Brasília

Militares do governo de Jair Bolsonaro receberam supersalários que chegaram a até R$ 1 milhão durante a pandemia de covid-19, segundo uma reportagem publicada nesta quinta-feira (11)pelo jornal O Estado de São Paulo, feita com base em dados do Portal da Transparência.

O texto mostra que o general Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro , recebeu R$ 926 mil em um período de dois meses de 2020, enquanto a pandemia ainda estava em uma fase crítica. Em um único mês, o então ministro da Defesa do governo Bolsonaro recebeu R$ 120 mil referente ao pagamento de férias.

Outros militares do governo também tiveram a folha de pagamento “turbinada” em 2020. A reportagem cita ainda o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, e o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.

O deputado Elias Vaz (PSB-GO), que é o autor do levantamento dos valores extras pagos aos militares, disse ao jornal que cobrará explicações do Ministério da Defesa.“Queremos ver se os pagamentos estão dentro do princípio da moralidade pública. Professores, médicos e o pessoal de outros ministérios não recebem esse tipo de coisa”, disse Vaz.

Procurados pelo jornal, Braga Netto e Bento Albuquerque não responderam. O Exército afirmou que os pagamentos aos generais são legais. A Marinha não respondeu. Já Ramos disse que os valores têm caráter indenizatório ou de ressarcimento relativos à sua ida para a reserva. Em todos os casos, as Forças Armadas argumentaram que os pagamentos estão fundamentados em instrumentos legais.

Após a divulgação da reportagem, o Ministério Público acionou o TCU (Tribunal de Contas da União) para barrar o pagamento de contracheques turbinados a militares ligados ao governo. O procurador Lucas Furtado, autor da representação, afirmou que “ainda que fosse possível argumentar que os pagamentos foram feitos dentro da legalidade, estes ainda assim permaneceriam incabíveis dada a total insensatez do período em que foi realizado, sendo completamente contrário às boas práticas administrativas, ao princípio da eficiência e ao interesse público”.

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