FOTO: THAIER AL-SUDANI/REUTERS – 6;NOV.2022

A Organização Meteorológica Mundial da ONU divulgou um relatório que mostra que os últimos oito anos foram os mais quentes da história . O documento foi lançado neste domingo (6) na COP27, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que ocorre em Sharm El-Sheikh, no Egito.

O clima extremo, segundo o estudo da agência da ONU, atingiu novos patamares com os recordes de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, causando a elevação do nível dos mares, que dobrou desde 1993.

O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, afirmou durante o evento que “quanto maior o aquecimento, piores os impactos” e que “já é tarde demais para muitas geleiras e o derretimento continuará por centenas, senão milhares de anos, com grandes implicações para o abastecimento de água”. “As concentrações de CO² na atmosfera são tão altas que a meta de [limitar até 2100 o aquecimento global a] 1,5°C do Acordo de Paris é quase inatingível.”

A agência também estima que em 2022 a temperatura média global será cerca de 1,15°C acima da média registrada na era pré-industrial (1850-1900). O relatório lançado neste domingo cita tragédias em diversas partes do mundo, como a seca no leste da África , as inundações no Paquistão e as ondas de calor na Europa para afirmar que o aquecimento global causou um aumento no número de eventos climáticos severose que eles impactaram todas as regiões do planeta. “Muitas vezes, os menos responsáveis pelas mudanças climáticas são os que mais sofrem, mas mesmo sociedades bem preparadas este ano foram devastadas”, disse Taalas.

Representantes de governos, setor privado e sociedade civil se reúnem até o dia 18 de novembro na COP27. O evento é considerado o maior fórum global de discussão sobre o futuro do clima . O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva viaja para fora do Brasil pela primeira vez depois de ter vencido a eleição presidencial em 2022 para participar da conferência. O petista, que fez promessas de combater a mudança climática durante a campanha, vai representar o país ao lado de governadores e deve disputar espaço com a equipe de Jair Bolsonaro, que também vai estar no evento em nome do governo federal.

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