Extra

Sem atas, Supremo da Venezuela valida eleição de Maduro

Da Redação

22 de agosto de 2024(atualizado 22/08/2024 às 18h19)

Corte alinhada ao atual presidente diz que fez auditoria de resultado mas proíbe divulgação de material que detalha dados. ONU fala de ‘falta de imparcialidade’ do órgão

O Nexo depende de você para financiar seu trabalho e seguir produzindo um jornalismo de qualidade, no qual se pode confiar.Conheça nossos planos de assinatura.Junte-se ao Nexo! Seu apoio é fundamental.

Temas

Compartilhe

FOTO: Leonardo Fernandez Viloria/REUTERS - 09/08/2024Nicolás Maduro em fala no Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela

Nicolás Maduro em fala no Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela

O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela validou nesta quinta-feira (22) a vitória de Nicolás Maduro nas eleições realizadas em 28 de julho. A corte, cuja maioria é formada por juízes alinhados ao atual presidente, também proibiu a divulgação das atas eleitorais, que confirmariam publicamente o resultado das urnas.

A oposição, observadores internacionais e governos de outros países contestam o resultado e cobram a divulgação do material com dados detalhados sobre o pleito. O candidato Edmundo González, que reivindica a vitória, foi denunciado por desacato.

“Nenhuma decisão substituirá a soberania popular. O país e o mundo conhecem a sua parcialidade e, portanto, a sua incapacidade para resolver o conflito. Sua decisão só agravará a crise”

Edmundo González

candidato da oposição na Venezuela, que reivindica ter vencido as eleições presidenciais, em publicação nesta quinta-feira (22)

No dia seguinte à eleição, o Conselho Nacional Eleitoral – também alinhado ao atual presidente – declarou Maduro reeleito para um novo mandato de seis anos. Na época, o órgão eleitoral alegou que não pôde divulgar as atas eleitorais porque havia sido alvo de um ataque hacker. O Supremo reiterou o suposto ataque nesta quinta (22), como mostrou o site G1.

Maduro já havia sido declarado vencedor pelo Tribunal Supremo de Justiça , mas depois da pressão pública para divulgação das atas eleitorais, a corte disse que iria realizar uma auditoria a pedido do próprio presidente, como registrou o Nexo. O governo brasileiro ainda não reconhece a eleição de Maduro e desde o fim de julho vem cobrando a divulgação das atas eleitorais. 

Em vídeo publicado no X nesta quinta (22), a presidente do grupo das Nações Unidas que acompanha o pleito venezuelano, Marta Valiñas, alertou para a “falta de independência e imparcialidade do Tribunal Supremo de Justiça e do Conselho Nacional Eleitoral”, como contou o portal UOL. 

Em 13 de agosto, a ONU publicou um relatório que indicou opacidade do órgão eleitoral venezuelano. Uma conclusão semelhante veio do Centro Carter, um dos principais observadores externos das eleições no país, conforme apontou o Nexo. A organização americana declarou que o pleito não se adequou aos parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerado democrático. 

O Nexo explicou que a oposição venezuelana obteve e publicou milhares de atas de locais de votação que comprovariam a derrota do atual presidente. Em Expresso, o jornal esmiuçou o que são esses documentos e quais dados foram divulgados pelos diferentes lados.

No podcast Durma com Essa, o Nexo relatou que intermediadores externos como Brasil e Colômbia chegaram a sugerir a realização de um novo pleito para resolver o impasse venezuelano, mas a proposta foi rechaçada tanto pelo governo Maduro quanto pela oposição. 

Assine nossa newsletter diária

Gratuita, com os fatos mais importantes do dia para você

NEWSLETTER GRATUITA

Nexo | Hoje

Enviada à noite de segunda a sexta-feira com os fatos mais importantes do dia

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Gráficos

nos eixos

O melhor em dados e gráficos selecionados por nosso time de infografia para você

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Navegue por temas