Este texto tem por fim discorrer sobre os usos da palavra “fim”. Busquei a palavra no dicionário a fim de defini-la melhor.
O fim pode ser um limite no tempo, como o “fim do mundo”, o dia em que o mundo deixará de existir ( Ailton Krenak tem ideias para adiá-lo). Ou um limite no espaço, como o “fim de mundo”, que é um lugar isolado, o cafundó.
Fim também é sinônimo de ruína e morte. “Dar fim” a alguma coisa é acabar com ela, fazê-la sumir. Daquilo que desapareceu, perguntamos “que fim levou?”.
Herdamos todos esses sentidos do latim “finis”, mas outros findaram. Como o de “grau supremo”, “cume”, “a parte mais perfeita de alguma coisa”, que faz lembrar do “acabamento”, um “aperfeiçoamento”.
Hoje, “ser o fim” não tem nada de positivo. Pelo contrário: é ser extremamente desagradável ou difícil de suportar, “o fim da picada”. Na tradução do Millôr , “the end of the snake-bite”.
Sofia Mariuttié poeta e tradutora. Trabalhou como editora na Companhia das Letras entre 2012 e 2016. Em 2017, lançou pela Patuá a reunião de poemas “A orca no avião”, seu primeiro livro. Mestranda em literatura alemã pela USP, trabalha em 2019 na tradução da biografia de Franz Kafka para a editora Todavia.
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