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A sobrevida do trumpismo após a derrota nas urnas

João Paulo Charleaux

25 de dezembro de 2020(atualizado 28/12/2023 às 13h09)

Ao longo do mês de dezembro, o ‘Nexo’ destaca 20 características do nosso tempo que foram escancaradas em 2020. Este capítulo mostra como a extrema direita populista americana segue forte mesmo após o revés na eleição presidencial

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FOTO: REUTERS

Colagem de imagem de Trump e de um homem armado e fardado em manifestação pró-Trump nos EUA

Colagem de fotos do presidente dos EUA, Donald Trump, e de trumpistas armados em manifestação nos EUA

O presidente dos EUA, Donald Trump, foi derrotado pelo rival democrata Joe Biden na eleição de 3 de novembro de 2020. Porém, a onda representada pelo bilionário, que ganhou corpo ao longo da década não se encerra com o revés nas urnas. O trumpismo deve se estender para muito além dos quatro anos já transcorridos de mandato.

Mesmo depois da eleição, o republicano ainda se recusou a aceitar o resultado. Acompanhado por simpatizantes e por uma grande equipe de advogados, Trump moveu processos e incentivou protestos para contestar a apuração em estados nos quais a margem de diferença em relação a Biden foi mais apertada. Em todos eles, teve a derrota confirmada.

A atitude desafiadora em relação ao processo eleitoral, aos rivais políticos e às autoridades judiciais de seu país é um exemplo de comportamento que inspira seguidores como Jair Bolsonaro. O presidente brasileiro, que também contesta o sistema eleitoral de seu próprio país sem apresentar evidências de fraude, foi o último entre os líderes do G20 a reconhecer a vitória de Biden.

Dentro dos EUA, o trumpismo passará para a oposição e deverá mostrar se é um movimento que cabe dentro do Partido Republicano ou se é maior que a legenda que o hospedou nos últimos anos. Internacionalmente, os ecos serão sentidos nos mandatos de outros líderes populistas de extrema direita, que se inspiraram em Trump. Além do Brasil, países como Polônia e Hungria mantêm governos de perfil semelhante.

Além do aspecto político-eleitoral, o trumpismo se alimenta e alimenta movimentos mais amplos de difusão de teorias da conspiração e negacionismo. O mais conhecido deles é o QAnon , que turbina as guerras culturais ao misturar pautas morais e políticas e associar, por exemplo, a esquerda à pedofilia . Desde que tomou posse, em janeiro de 2017, Trump faz referência aos “fatos alternativos” para interpretar a realidade à sua maneira, atribuindo à imprensa o selo de difusora de “fake news” (notícias falsas), aumentando a coesão entre seus seguidores e colocando mais combustível no antagonismo ideológico.

Abaixo, o Nexo lista cinco conteúdos publicados em 2020 que ajudam a revisitar e entender o assunto.

FOTO: HANNAH MCKAY/REUTERS – 22.NOV.2020

Trump acena de dentro de carro oficial, usando boné e agasalho, ao deixar campo de golfe em Sterling, no estado da Virginia

Presidente dos EUA, Donald Trump, deixa campo de golfe em Sterling, no estado da Virginia, em carro oficial

Os efeitos da derrota de um presidente extremista nos EUA

Historiador Jeremy Adelman, de Princeton, fala sobre o legado de Trump, a reorganização da extrema direita e seu impacto em todo o mundo

Leia a íntegra

FOTO: HANNAH MCKAY/REUTERS – 27.OUT.2020

Mulher usando máscara e proteção facial diante de uma urna de votação em Maryland, nos EUA

Funcionária com máscara cuida de sessão eleitoral em Maryland, nos EUA

‘Sistema eleitoral americano é antiquado, mas não disfuncional’

Hussein Kalout, cientista político e pesquisador em Harvard, fala sobre o saldo do teste de estresse da democracia nos EUA na eleição presidencial de 2020

Leia a íntegra

FOTO: SACOTT AUDETTE/REUTERS – 28.11.2015

Elefante em comício republicano

Eleitores levam elefante para comício com o republicano Trump em Sarasota

Quais os ecos do trumpismo após as eleições americanas

Para analistas, estilo de fazer política ganhou força, independentemente do resultado da disputa presidencial de 2020

Leia a íntegra

FOTO: CARLOS BARRIA/REUTERS – 06.NOV.2020

Trump deixa o púlpito após discurso enquanto jornalistas fazem perguntas

Presidente dos EUA, Donald Trump, deixa o púlpito após discurso na Casa Branca, sem responder perguntas dos jornalistas

Quais os dilemas ao cortar a transmissão do discurso de Trump

Dois jornalistas experientes em cobertura internacional falam sobre a decisão das TVs americanas de tirar do ar a fala do presidente dos EUA ao vivo quando ele fazia acusações sem provas ao sistema eleitoral

Leia a íntegra

FOTO: CARLOS BARRIA/REUTERS – 26.SET.2020

Trump com o rosto oculto entre fileira de bandeiras americanas na Casa Branca

Presidente dos EUA, Donald Trump, em evento na Casa Branca, em Washington

O que é patriotismo e nacionalismo, segundo este historiador

Daniel Gomes de Carvalho fala sobre a origem do termo e o oportunismo de seu uso contemporâneo

Leia a íntegra

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