Série

Um mundo entre nacionalismos e cooperação internacional

João Paulo Charleaux

27 de dezembro de 2020(atualizado 28/12/2023 às 13h04)

Ao longo do mês de dezembro, o ‘Nexo’ destaca 20 características do nosso tempo que foram escancaradas em 2020. Este capítulo trata das reações de aproximação e afastamento dos países diante da pandemia

O Nexo depende de você para financiar seu trabalho e seguir produzindo um jornalismo de qualidade, no qual se pode confiar.Conheça nossos planos de assinatura.Junte-se ao Nexo! Seu apoio é fundamental.

FOTO: REUTERS/NEXO

Recortes de imagens aproximadas e incompletas dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping

Colagem de fotos com os rostos do presidente da Rússia. Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping

A pandemia do novo coronavírus é uma crise sanitária na qual líderes nacionalistas conseguiram transformar o vírus em um argumento a mais para mobilizar suas bases político-ideológicas.

Pelo menos desde março, quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou oficialmente a existência de uma pandemia , países divergiram sobre fechamento de fronteiras, disputaram compras de insumos vitais e, no fim, entraram numa corrida por acesso aos imunizantes.

A cooperação internacional oscilou. A União Europeia, por exemplo, viveu primeiro um momento de fechamento de suas fronteiras internas, para só depois pôr em funcionamento mecanismos robustos de cooperação econômica.

Fora da Europa, países ricos e influentes, como China e EUA, inseriram a distribuição de insumos em suas estratégias mais amplas de busca de influência política e econômica por meio da diplomacia sanitária, ao distribuir, por exemplo, máscaras e respiradores mecânicos a países mais pobres.

No caso dos EUA, esse protagonismo positivo foi ofuscado pelo envolvimento em episódios de desvios de mercadorias e “ pirataria moderna ”. Os americanos se engajaram num verdadeiro leilão de insumos, no qual encomendas vitais que passaram por seu território chegaram a ser canceladas ou desviadas de seus destinos originais, permanecendo nos EUA.

Em pleno ano eleitoral, o presidente Donald Trump fez dos ataques à China uma arma de campanha e de mobilização de sua base nacionalista. O republicano passou a referir-se ao “vírus chinês” como forma de antagonizar com seu maior adversário comercial.

A postura de Trump ecoou no Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro também criticou a vacina produzida por laboratórios chineses em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

Na Rússia, o presidente Vladimir Putin anunciou a Sputnik-V como o primeiro imunizante eficaz do mundo contra a covid-19, mesmo antes de concluídos os testes. O nome da substância, copiado do primeiro satélite artificial a ser posto em órbita pelos soviéticos, em 1957, foi uma clara referência ao clima de corrida científica e Guerra Fria com os EUA e as demais potências ocidentais.

Abaixo, o Nexo lista cinco conteúdos publicados em 2020 que ajudam a revisitar e entender o assunto.

FOTO: STRINGER/REUTERS – 13.FEV.2020

Policiais com máscaras cirúrgicas na China caminham por praça. Ao fundo, senhor também de máscara está sentado em banco

Policiais chineses patrulham praça pública na cidade de Kunming

Como o novo coronavírus cruza política e saúde na China

Deisy Ventura, especialista em saúde global, fala sobre a interseção entre doença e poder nas relações internacionais e os desafios que a epidemia apresenta para o governo chinês

Leia a íntegra

FOTO: CHARLES PLATIAU/REUTERS – 14.SET.2020

Macron sorri enquanto coloca uma máscara no rosto antes de pronunciamento

Presidente da França, Emmanuel Macron, veste máscara em pronunciamento

Como o coronavírus reergue fronteiras na Europa

Pandemia faz crescer restrições ao livre trânsito no continente e desafia os limites dos projetos de integração

Leia a íntegra

FOTO: CARLOS BARRIA/REUTERS

Donald Trump de boné branco com os dizeres "Make America Great Again", ou faça a América grande de novo

Donald Trump após anúncio de vitória de Biden nas eleições

Como Trump responde ao ‘vírus estrangeiro’

Presidente americano anuncia medidas de contenção da pandemia e apela para união nacional

Leia a íntegra

FOTO: ANDREW KELLY/REUTERS – 10.MAR.2020

Homem com máscara anda em Nova York. Ao fundo, loja de roupas, e a que se destaca na vitrine é uma vermelha com o slogan "Make America Great Again" e boné também vermelho

Homem com máscara passa diante de vitrine com slogan do governo Trump

Como a pandemia afeta a liderança americana no mundo

Com recorde de mortos, um sistema de saúde colapsado e taxas históricas de desemprego, EUA veem se tornar mais frágil uma imagem construída a partir da Segunda Guerra Mundial

Leia a íntegra

FOTO: JIM DAVIS/REUTERS – 02.ABR.2020

Homem dirige carrinho com quatro bases acopladas trazendo cada qual um carregamento de máscaras. Ao fundo, avião com os dizeres "Patriots" aparece destacado

Americanos descarregam 1 milhão de máscaras compradas da China

A acusação contra os EUA de prática de ‘pirataria moderna’

Franceses, alemães e brasileiros dizem que governo americano desvia cargas médicas usadas para combater o novo coronavírus

Leia a íntegra

NEWSLETTER GRATUITA

Nexo | Hoje

Enviada à noite de segunda a sexta-feira com os fatos mais importantes do dia

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Gráficos

nos eixos

O melhor em dados e gráficos selecionados por nosso time de infografia para você

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Navegue por temas