ESPECIAL
Ueslei Marcelino/REUTERS
A história das Olimpíadas de
Paris em fotos
Depois de 100 anos, capital francesa
voltou a sediar a maior competição
esportiva do mundo. Abaixo, o ‘Nexo’
traz os destaques do evento em imagens
Ann Wang/REUTERS
Rio Sena:
de vitrine à vidraça
O Sena foi a grande aposta urbanística da organização dos Jogos. Proibido para o nado havia mais de 100 anos, o rio passou por um bilionário processo de despoluição para as provas do triatlo e da maratona aquática.
Hu Huhu / Petr David Josek / Alexandre Loureiro/COB
LUDOVIC MARIN / Evgenia Novozhenina / Albert Gea /reuters
Além disso, recebeu a primeira cerimônia de abertura olímpica fora de um estádio. O resultado da festa dividiu opiniões. Enquanto parte do público se encantou com a ousadia, outros consideraram o evento disperso e confuso (a chuva torrencial
não ajudou).
Esportivamente, a sujeira do rio acabou sendo um ponto fraco dos Jogos. Provas tiveram que ser adiadas pelos baixos índices de balneabilidade do Sena e atletas abandonaram competições após contraírem doenças
em etapas classificatórias.
Pawel Kopczynski / Aleksandra Szmigiel /reuters
Tudo é política:
a disputa fora do esporte
A primeira polêmica das Olimpíadas aconteceu já na abertura. Em uma das performances, drag queens compartilharam um banquete. Grupos conservadores afirmaram que se tratava de uma chacota com o quadro “A última ceia”, ícone do cristianismo – o que a organização negou.
Nas competições, a máquina de desinformação foi impiedosa com a boxeadora argelina Imane Khalif, campeã na categoria até 66 quilos.
Com níveis de testosterona mais altos do que os de suas adversárias, a atleta,
uma mulher cisgênero, serviu de espantalho para os transfóbicos.
Kim Kyung-Hoon / Peter Cziborra / Stephanie Lecocq /reuters
Essa foi também a segunda edição consecutiva das Olimpíadas sem a participação da Rússia, dessa vez banida por causa da guerra da Ucrânia. O Comitê Olímpico Palestino pediu a exclusão de Israel por causa do conflito na Faixa de Gaza, mas não foi atendido.
Em protesto, um judoca argelino se recusou a entrar no tatame contra um oponente israelense. Mas também houve momentos de confraternização: mesatenistas da Coreia do Sul, Coreia do Norte e da China posaram juntos no pódio para uma “selfie da paz”.
Rob Schumacher / Mike Blake /reuters
Cabeça a cabeça:
as rivalidades
Os Estados Unidos ficaram no topo do quadro de medalhas pela quarta edição consecutiva. O número de ouros foi o mesmo da China (40), mas os americanos subiram mais vezes no pódio do que o país asiático, seu principal adversário nos Jogos desde 2004.
Além disso, as grandes rivalidades individuais elevaram as Olimpíadas. Na ginástica artística, Simone Biles consolidou um legado multicampeão, não sem suar muito diante de Rebeca Andrade – a quem reverenciou no pódio.
Hannah Mckay / reuters
No atletismo, Noah Lyles criou polêmica ao disputar uma prova com covid-19. Mas, nos 100 metros rasos, ganhou no fotograma, cinco milésimos à frente do jamaicano Kishane Thompson. E um trio que domina
os 400 metros com barreiras há anos voltou a subir no pódio. Alison dos Santos repetiu o bronze de Tóquio, mas desta vez o americano Rai Benjamin desbancou o norueguês Karsten Warholm e ficou com o ouro.
Divulgação omega
No duelo de gerações do tênis, o sérvio Novak Djokovic venceu o título que lhe faltava ao bater o espanhol Carlos Alcaraz na final. E o Dream Team americano teve que tirar uma diferença
de 17 pontos na semifinal contra a Sérvia, que se mostrou um oponente à altura no basquete masculino.
Edgar Su / Brian Snyder / reuters
Lendas olímpicas:
destaques e marcas
Aos 41 anos, cubano Mijain Lopez, da luta greco-romana, se tornou o primeiro atleta da história a vencer sua modalidade em cinco Olimpíadas diferentes. Ele não foi o único lutador a entrar no panteão de heróis: xodó dos donos da casa e responsável por acender a pira no Sena, o judoca Teddy Riner se tornou tetracampeão olímpico depois de um ippon formidável na final dos peso-pesados.
Sarah Phipps / Kim Kyung-Hoon / reuters
O mesatenista chinês Ma Long conquistou seu sexto título olímpico. Sua compatriota Zhang Yufei subiu
seis vezes no pódio e foi a maior medalhista em Paris. Nenhuma delas foi de ouro, o que o nadador francês Leon Marchand teve de sobra: foram quatro, o recorde da edição.
E não dá para ignorar Armand Duplantis no salto com vara. Campeão com léguas de distância para os competidores, o sueco hipnotizou o público na sua tentativabem-sucedida) de superar o próprio recorde mundial.
Marko Djurica / Andy Chua / reuters
Brasil:
a consagração das mulheres
O Brasil ficou em 20º lugar no quadro
de medalhas. Foram 20 medalhas ao todo: três de ouro, sete de prata e dez
de bronze. Um desempenho inferior
ao obtido no Rio em 2016 e em Tóquio em 2021. Mesmo assim, as conquistas foram de muita celebração.
Rebeca Andrade se tornou a maior atleta olímpica da história do Brasil, somando seis medalhas em sua trajetória. Isaquias Queiroz subiu
no pódio pela quinta vez na carreira
e botou de vez a canoagem de velocidade no mapa esportivo brasileiro.
Foram Olimpíadas marcadas sobretudo pela performance das mulheres. Pela primeira vez, elas foram maioria na delegação brasileira. Em outro feito inédito somaram mais medalhas do que os os homens – aliás, todos os ouros do país vieram delas.
Esa Alexander / Peter Cziborra / REUTERS
Kim Kyung-Hoon / reuters
Gaspar Nobrega/COB / Ben Thouard / reuters
Gaspar Nobrega/COB / Kim Kyung-Hoon / reuters
LUIZA MORAES / Alexandre Loureiro / COB
O Brasil também mostrou que a entrada de esportes radicais no rol olímpico lhe fez bem, somando quatro medalhas no surfe e no skate. No atletismo, Caio Bonfim exorcizou a marcha atlética com a medalha de prata. Nas lutas, Edival Neto e Beatriz Ferreira faturaram o bronze no taekwondo e no boxe.
Alexandre Loureiro/COB / Wander Roberto/COB
Memes e ícones:
os queridinhos da torcida
Muito do apelo das Olimpíadas vêm da experiência coletiva de assistir às provas. Seja assistindo ao vivo com amigos e familiares (agora sem o monopólio da TV), seja trocando mensagens nas redes sociais e dando risada da piada da vez.
Os brasileiros elegeram seus queridinhos para a profusão de memes dos 19 dias de Olimpíadas. A ginasta Flávia Saraiva, com seu 1,42 m, encarnou a durona com seu curativo no supercílio. As muitas provas disputadas por Ana Sátila da canoagem deixaram os brasileiros num “dia da marmota”. Snoop Dogg entreteve o público com suas aparições nas arquibancadas de Paris. E as provas de tiro apresentaram ao mundo dois ícones improváveis: o turco Yusuf Diçek, com seu ar paternal, e a sul-coreana Yeji Kim, paramentada como uma matadora futurista.
Reprodução x
Kyle Terada / Dylan Martinez / reuters
Reprodução x
Agora, é esperar por mais recordes, medalhas e personagens marcantes nas Olimpíadas de 2028 emLos Angeles.
Sarah Meyssonnier / reuters
Produzido por Antonio Mammi
Arte por Mariana Simonetti
Desenvolvimento por Giovanna Hemerly
Colaboraram Letícia Arcoverde
©2024 Nexo Jornal
ESPECIAL
A história das Olimpíadas de Paris em fotos
Ueslei Marcelino/REUTERS
Depois de 100 anos, capital francesa voltou
a sediar a maior competição esportiva do mundo.
Abaixo, o ‘Nexo’ traz os destaques do evento em imagens
Ann Wang/REUTERS
Rio Sena: de vitrine à vidraça
O Sena foi a grande aposta urbanística da organização dos Jogos. Proibido para o nado havia mais de 100 anos, o rio passou por um bilionário processo de despoluição para as provas do triatlo e da maratona aquática.
Além disso, recebeu a primeira cerimônia de abertura olímpica fora de um estádio. O resultado da festa dividiu opiniões. Enquanto parte do público se encantou com a ousadia, outros consideraram o evento disperso e confuso (a chuva torrencial não ajudou).
Esportivamente, a sujeira do rio acabou sendo um ponto fraco dos Jogos. Provas tiveram que ser adiadas pelos baixos índices de balneabilidade do Sena e atletas abandonaram competições após contraírem doenças em etapas classificatórias.
Hu Huhu / Petr David Josek / Alexandre Loureiro/COB
LUDOVIC MARIN / Evgenia Novozhenina / Albert Gea /reuters
Pawel Kopczynski / Aleksandra Szmigiel /reuters
Tudo é política: a disputa fora do esporte
A primeira polêmica das Olimpíadas aconteceu já na abertura. Em uma das performances, drag queens compartilharam um banquete. Grupos conservadores afirmaram que se tratava de uma chacota com o quadro “A última ceia”, ícone do cristianismo – o que a organização negou.
Nas competições, a máquina de desinformação foi impiedosa com a boxeadora argelina Imane Khalif, campeã na categoria até 66 quilos. Com níveis de testosterona mais altos do que os de suas adversárias,
a atleta, uma mulher cisgênero, serviu de espantalho para os transfóbicos.
Kim Kyung-Hoon / Peter Cziborra / Stephanie Lecocq /reuters
Essa foi também a segunda edição consecutiva das Olimpíadas sem a participação da Rússia, dessa vez banida por causa da guerra da Ucrânia. O Comitê Olímpico Palestino pediu a exclusão de Israel por causa do conflito na Faixa de Gaza, mas não foi atendido.
Em protesto, um judoca argelino se recusou a entrar no tatame contra um oponente israelense. Mas também houve momentos de confraternização: mesatenistas da Coreia do Sul, Coreia do Norte e da China posaram juntos no pódio para uma “selfie da paz”.
Rob Schumacher / Mike Blake /reuters
Cabeça a cabeça: as rivalidades
Os Estados Unidos ficaram no topo do quadro de medalhas pela quarta edição consecutiva. O número de ouros foi o mesmo da China (40), mas os americanos subiram mais vezes no pódio do que o país asiático, seu principal adversário nos Jogos desde 2004.
Além disso, as grandes rivalidades individuais elevaram as Olimpíadas. Na ginástica artística, Simone Biles consolidou um legado multicampeão, não sem suar muito diante de Rebeca Andrade – a quem reverenciou no pódio.
Hannah Mckay / reuters
No atletismo, Noah Lyles criou polêmica ao disputar uma prova com covid-19. Mas, nos 100 metros rasos, ganhou no fotograma, cinco milésimos à frente do jamaicano Kishane Thompson. E um trio que domina os 400 metros com barreiras há anos voltou a subir no pódio. Alison dos Santos repetiu o bronze de Tóquio, mas desta vez o americano Rai Benjamin desbancou o norueguês Karsten Warholm e ficou com o ouro.
Divulgação omega
No duelo de gerações do tênis, o sérvio Novak Djokovic venceu o título que lhe faltava ao bater o espanhol Carlos Alcaraz na final. E o Dream Team americano teve que tirar uma diferença de 17 pontos na semifinal contra a Sérvia, que se mostrou um oponente
à altura no basquete masculino.
Edgar Su / Brian Snyder / reuters
Lendas olímpicas:
destaques e marcas
Aos 41 anos, cubano Mijain Lopez,
da luta greco-romana, se tornou
o primeiro atleta da história a vencer sua modalidade em cinco Olimpíadas diferentes. Ele não foi
o único lutador a entrar no panteão de heróis: xodó dos donos da casa
e responsável por acender a pira
no Sena, o judoca Teddy Riner
se tornou tetracampeão olímpico depois de um ippon formidável
na final dos peso-pesados.
O mesatenista chinês Ma Long conquistou seu sexto título olímpico. Sua compatriota Zhang Yufei subiu seis vezes no pódio
e foi a maior medalhista em Paris. Nenhuma delas foi de ouro,
o que o nadador francês
Leon Marchand teve de sobra:
foram quatro, o recorde da edição.
E não dá para ignorar Armand Duplantis no salto com vara. Campeão com léguas
de distância para os competidores, o sueco hipnotizou o público na sua tentativa (bem-sucedida) de superar o próprio recorde mundial.
Sarah Phipps / Kim Kyung-Hoon / reuters
Marko Djurica / Andy Chua / reuters
Brasil: a consagração das mulheres
O Brasil ficou em 20º lugar no quadro de medalhas. Foram 20 medalhas ao todo: três de ouro, sete de prata e dez de bronze. Um desempenho inferior ao obtido no Rio em 2016 e em Tóquio em 2021. Mesmo assim, as conquistas foram de muita celebração.
Rebeca Andrade se tornou a maior atleta olímpica da história do Brasil, somando seis medalhas em sua trajetória. Isaquias Queiroz subiu no pódio pela quinta vez na carreira
e botou de vez a canoagem de velocidade no mapa esportivo brasileiro.
Foram Olimpíadas marcadas sobretudo pela performance das mulheres. Pela primeira vez,
elas foram maioria na delegação brasileira. Em outro feito inédito somaram mais medalhas
do que os os homens – aliás, todos os ouros do país vieram delas.
Esa Alexander / Peter Cziborra / Kim Kyung-Hoon / reuters
Gaspar Nobrega/COB / Ben Thouard / reuters / Gaspar Nóbrega/COB.
Kim Kyung-Hoon / reuters / LUIZA MORAES / Alexandre Loureiro / COB
O Brasil também mostrou que a entrada de esportes radicais no rol olímpico lhe fez bem, somando quatro medalhas no surfe e no skate. No atletismo, Caio Bonfim exorcizou
a marcha atlética com a medalha de prata. Nas lutas, Edival Neto e Beatriz Ferreira faturaram o bronze no taekwondo e no boxe.
Alexandre Loureiro/COB / Wander Roberto/COB
Memes e ícones: os queridinhos da torcida
Muito do apelo das Olimpíadas vêm da experiência coletiva de assistir às provas.
Seja assistindo ao vivo com amigos e familiares (agora sem o monopólio da TV),
seja trocando mensagens nas redes sociais e dando risada da piada da vez.
Os brasileiros elegeram seus queridinhos para a profusão de memes dos 19 dias de Olimpíadas. A ginasta Flávia Saraiva, com seu 1,42 m, encarnou a durona com seu curativo no supercílio. As muitas provas disputadas por Ana Sátila da canoagem deixaram os brasileiros num “dia da marmota”. Snoop Dogg entreteve o público com suas aparições
nas arquibancadas de Paris. E as provas de tiro apresentaram ao mundo dois ícones improváveis: o turco Yusuf Diçek, com seu ar paternal, e a sul-coreana Yeji Kim, paramentada como uma matadora futurista.
Reprodução x
Kyle Terada / Dylan Martinez / reuters
Reprodução x
Agora, é esperar por mais recordes, medalhas
e personagens marcantes nas Olimpíadas de 2028
em Los Angeles.
Sarah Meyssonnier / reuters
Produzido por Antonio Mammi
Arte por Mariana Simonetti
Desenvolvimento por Giovanna Hemerly
Colaboraram Letícia Arcoverde
©2024 Nexo Jornal
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