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“Você sabe que a maré
Não está moleza não
E quem não fica dormindo de touca
Já sabe da situação…”
O Brasil voltou ao Mapa da Fome das Nações Unidas e, segundo especialistas, essa “faceta” brasileira, de ter retornado ao grupo dos países que mais passam fome, não é algo comum. Mas não precisamos olhar para os números das pesquisas para perceber que a fome está próxima de nós, como um escândalo que fingimos que não aconteceu, uma imoralidade, a maior tragédia que um país pode permitir que aconteça com seus cidadãos e cidadãs. No sinal de trânsito, aqueles e aquelas que nos olham de forma desesperada, carregam cartazes nos quais pouco precisa ser dito: Fome. Somente esta palavra.
Luciana Britoé historiadora, doutora em história pela USP e especialista nos estudos sobre escravidão, abolição e relações raciais no Brasil e EUA. É professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e autora dos livros “O avesso da raça: escravidão, racismo e abolicionismo entre os Estados Unidos e o Brasil” (Barzar do Tempo, 2023) e “Temores da África: segurança, legislação e população africana na Bahia oitocentista” (Edufba, 2016), ganhador do prêmio Thomas Skidmore em 2018. É também autora de vários artigos. Luciana mora em Salvador, tem os pés no Recôncavo baiano, mas sua cabeça está no mundo. Escreve mensalmente às terças-feiras.
Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do Nexo.
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