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Marcelo Coelho
No futuro, nossos computadores serão mais lentos; eu vou gostar
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Se você está procurando boas notícias, trago uma. Não é nada importante, mas gostei de saber que elefantes gostam de ser vistos no zoológico. A pesquisa foi feita por duas universidades inglesas, preocupadas com o bem-estar dos bichos em cativeiro.
Revelou-se que, depois de interagirem com humanos (aquele tipo de coisa: você dá capim para eles pegarem com a tromba), os elefantes ficam menos estressados. Desaparecem seus comportamentos repetitivos, sinais de tédio; eles também ficam mais dispostos a se relacionarem uns com os outros.
Isso não acontece com todos os animais. Avestruzes, por exemplo, não dão a mínima para nós, humanos. Nem porcos-espinhos.
Somos mais populares entre ursos, pinguins e, para meu espanto, chitas e jaguares. Fora esses dois últimos exemplos, a pesquisa parece coincidir com as intuições que temos, ou com algumas tradições da cultura ocidental.
Um urso pode ser perigosíssimo, é claro. Mas por algum motivo a nossa cultura os imagina amigáveis e brincalhões. Ursos de pelúcia, na minha opinião, são indispensáveis a uma infância feliz. Um pai só será completo se for um Zé Colmeia. Pinguins também servem; vê-los num zoológico é uma festa, e talvez eles cheguem a se exibir um pouco para nós.
Marcelo Coelhoé jornalista, com mestrado em sociologia pela USP (Universidade de São Paulo). Escreveu três livros de ficção (“Noturno”, “Jantando com Melvin” e “Patópolis”), dois de literatura infantil (“A professora de desenho e outras histórias” e “Minhas férias”) e um juvenil (“Cine Bijou”). É também autor de “Crítica cultural: teoria e prática” e “Folha explica Montaigne”, além de três coletâneas com artigos originalmente publicados no jornal Folha de S.Paulo (“Gosto se discute”, “Trivial variado” e “Tempo medido”).
Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do Nexo.
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