‘Comissões que averiguam raça têm de agir de forma tolerante’
Isadora Rupp
02 de março de 2024(atualizado 04/03/2024 às 12h19)Estudantes aprovados por meio de cotas na Universidade de São Paulo perderam vaga por não serem considerados pardos. Para sociólogo Luiz Augusto Campos, funcionamento de bancas ainda é opaco
Estudantes em dia de prova do Enem, em São Paulo
Dois estudantes aprovados por cotas raciais na USP (Universidade de São Paulo) perderam as vagas após a autodeclaração de pardo ser rejeitada pela instituição.
Glauco Dalalio do Livramento, de 17 anos, perdeu a vaga no curso de Direito. Alison dos Santos Rodrigues, 18 anos, teve a matrícula cancelada no primeiro dia de aula em Medicina. Os casos foram revelados pelo jornal Folha de S.Paulo. As famílias buscam recursos na Justiça.
Os dois jovens foram aprovados nas vagas PPI (para pretos, pardos e indígenas) do Provão Paulista, um vestibular unificado das instituições públicas de ensino superior de São Paulo voltado exclusivamente para estudantes da rede pública do estado.
A autenticidade da autodeclaração dos estudantes é avaliada por comissões de heteroclassificação racial, uma reivindicação do movimento negro para evitar fraudes na política de cotas, e uma recomendação de órgãos como o Ministério Público. Segundo a USP, a análise da autodeclaração é estritamente fenotípica. A universidade passou a adotar ações afirmativas na graduação em 2018 e só em 2022 começou a implementar bancas de averiguação.
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