Imagem exibida pela rede CNN de Murtaja Qureiris (no centro) aos 10 anos

Promotores da Arábia Saudita estão acusando formalmente o cidadão Murtaja Qureiris, de 18 anos, de fazer parte de “um grupo terrorista extremista”. Casos como esse, no país do Oriente Médio, têm pena máxima de crucificação e desmembramento do corpo do condenado.

Murtaja poderia ser apenas mais um entre os 107 cidadãos que foram executados pelo sistema judicial saudita entre janeiro e maio de 2019, não fosse por uma peculiaridade: os crimes imputados ao réu foram cometidos quando ele tinha apenas 10 anos de idade.

Agora, organizações de direitos humanos tentam mobilizar pressão internacional suficiente para que a execução de Murtaja não seja levada a cabo. Uma dessas entidades, a britânica Reprive , considera que, caso essa sentença chegue a ser expedida, seria uma forma de o regime saudita dizer ao mundo que não teme retaliações por violações dos direitos humanos.

O rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, é um dos maiores aliados dos EUA no Oriente Médio. Essa condição mina frequentemente o argumento americano de promover a democracia e os direitos humanos como valores universais.