A Polícia Federal posta em xeque ao agir em contextos eleitorais
Fernanda Boldrin
16 de dezembro de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h34)Operação contra Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência, sofre contestações, inclusive de adversários políticos. Órgão de investigação já protagonizou outros episódios questionáveis
Ciro Gomes durante debate antes das eleições de 2018
Carreiras de Estado que deveriam estar imunes a pressões eleitorais passam por um momento de provação no Brasil. Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato que virou símbolo de combate à corrupção na segunda metade da década passada, foi considerado parcial em 2021 pelo Supremo em processos contra o ex-presidente Lula, por agir a partir de interesses políticos, segundo os ministros do tribunal. Os indícios de aparelhamento da Polícia Federal no governo Jair Bolsonaro acrescentam um novo capítulo de suspeição contra servidores que deveriam agir de forma isonômica.
A operação de policiais autorizada pelo juizDanilo Dias Vasconcelos de Almeida, da 32ª Vara Federal Criminal do Ceará, contra Ciro e Cid Gomes na quarta-feira (15), quando os agentes vasculharam as casas do pré-candidato do PDT à Presidência e do senador, levantou questionamentos sobre o trabalho dos investigadores. A dupla de irmãos falou em motivação eleitoral e recebeu apoio de políticos, inclusive de adversários . Notícias de bastidores mostram um mal-estar dentro do próprio órgão responsável, entre outras coisas, por apurar malfeitos envolvendo dinheiro público federal. Ciro apontou influência direta do presidente Jair Bolsonaro.
NEWSLETTER GRATUITA
Enviada à noite de segunda a sexta-feira com os fatos mais importantes do dia
Gráficos
O melhor em dados e gráficos selecionados por nosso time de infografia para você
Navegue por temas