Expresso

Conheça o candidato do Novo à Presidência da República

Ana Elisa Faria

10 de agosto de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h43)

O ‘Nexo’ publica as biografias dos postulantes ao Palácio do Planalto e, neste capítulo, mostra a trajetória de Luiz Felipe d'Ávila, cientista político que estreia na disputa presidencial

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FOTO: FACEBOOK/REPRODUÇÃO

Luiz Felipe d'Ávila

Candidato a Presidência da República Luiz Felipe d’Ávila

Luiz Felipe Chaves d’Ávila é o candidato do Novo à Presidência da República nas eleições de 2022. Nasceu em São Paulo, capital, em 24 de agosto de 1963. Tem, portanto, 58 anos.

É filho de Aluízio d’Ávila, um engenheiro calculista, e de Maria Christina Pacheco Chaves. Casado com Ana Maria Diniz, tem dois filhos, Andrea e João Luís. O candidato faz parte de uma família tradicional na política : é meio-irmão do deputado estadual Frederico d’Ávila (PSL-SP), primo da ex-deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) e neto do ex-deputado federal João Pacheco Chaves (MDB-SP), já falecido.

R$ 24.619.627,66

é o patrimônio declarado por Luiz Felipe d’Ávila ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2022

O que fez até disputar a primeira eleição

Felipe d’Ávila é cientista político formado pela Universidade Americana de Paris, na França, e tem mestrado em administração pública pela Harvard Kennedy School, nos EUA. Chegou a trabalhar como comentarista em jornais e na televisão. Criou a revista cultural Bravo! em 1997, que, mais tarde, foi vendida para a editora Abril. Também é escritor, com alguns livros lançados, como “Brasil, Uma Democracia em Perigo” (Editora Hamburg, 1990) e “Remando Contra a Maré: Os Construtores da Democracia Brasileira” (Editora Moderna, 2015).

Em 1993, d’Ávila filiou-se ao PSDB e, no ano seguinte, participou do comitê da campanha de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Ficou próximo de Geraldo Alckmin tempos depois, em 2006, quando morou nos EUA para estudar – mesma época em que o ex-tucano passava uma temporada por lá.

De volta ao Brasil, fundou, em 2008, o CLP (Centro de Liderança Pública), organização sem fins lucrativos dedicada à formação de lideranças políticas. Saiu do PSDB em 2010 e voltou ao tucanato em 2017.

Nas eleições de 2018, d’Ávila disputou as prévias do PSDB paulista para o governo de São Paulo, mas foi vencido por João Doria , que teve 80% dos votos válidos. Naquele mesmo ano, coordenou o programa de governo de Geraldo Alckmin à Presidência.

Após a derrota de Alckmin , que ficou em quarto lugar no pleito vencido por Jair Bolsonaro (filiado ao PSL à época), d’Ávila deixou novamente o PSDB. Em 2019, criou a VirtùNews, plataforma de jornalismo de dados. Entrou para o partido Novo em 2021.

Os cargos públicos que ocupou até aqui

Até o momento, o cientista político e empresário nunca ocupou cargos eletivos ou no setor público.

Qual sua trajetória partidária

  • PSDB : Partido da Social Democracia Brasileira (1993-2010 | 2017-2018)
  • Novo: 2021-até hoje

O presidenciável teve duas passagens pelo PSDB: na primeira, ficou no partido por 18 anos, de 1993 a 2010. Passou tempos longe, dedicando-se a negócios, mas retornou à legenda para uma nova e breve passagem, de 2017 a 2018.

Foi convidado pelo presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, para se filiar ao partido em setembro de 2021 e, em novembro do mesmo ano, teve o nome anunciado como pré-candidato à Presidência da República para 2022.

Como se posicionava nas eleições de 2018

Trabalhando com Geraldo Alckmin nas últimas eleições presidenciais, em 2018, d’Ávila defendia a eleição do então candidato, assim como as propostas do PSDB para um possível governo tucano.

No segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL, na época) e Fernando Haddad (PT), Felipe d’Ávila afirmou que anulou o voto. O PSDB decidiu não apoiar nenhum dos dois postulantes e liberou os diretórios a escolherem livremente.

“Se o Brasil não se livrar do populismo, de direita e de esquerda, estamos perdidos. Vamos continuar com estagnação econômica, recorde de desemprego, baixo investimento. Não dá para ficar assistindo. Precisamos fazer alguma coisa, participar do jogo, expor ideias e ver se quebra a polarização”

Luiz Felipe d’Ávila

Candidato do Novo à Presidência

O que fez desde 2018

Depois de deixar o PSDB, já em 2018, d’Ávila voltou a se dedicar a outros projetos e negócios, até se filiar ao partido Novo em 2021.

A partir de novembro daquele ano, quando foi escolhido o representante da legenda na corrida presidencial – após João Amoêdo ter se retirado da disputa ao Palácio do Planalto pela falta de unidade dentro do partido, que se divide entre filiados favoráveis e contrários ao presidente Jair Bolsonaro (PL) – d’Ávila, ainda pré-candidato, começou a viajar pelo país e a participar de eventos e entrevistas para falar sobre as suas propostas de governo.

FOTO: PARTIDO NOVO/DIVULGAÇÃOLuiz Felipe Chaves d'Ávila

Durante a convenção que confirmou a escolha de d’Ávila como candidato, no dia 30 de julho, ele criticou os mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas intenções de voto à Presidência, e a atual gestão de Bolsonaro, pedindo a união do Brasil e o fim da “polarização”. “O brasileiro não vai às urnas pra viver o pesadelo do passado e nem a tortura do presente”, discursou. “País dividido não cresce, não melhora a vida. País dividido vai continuar pobre, desigual e injusto.”

Em algumas ocasiões, como na sabatina realizada pela Folha e pelo UOL no início de 2022, o postulante à Presidência pelo Novo se disse decepcionado com o ex-aliado Geraldo Alckmin (PSB), anunciado como vice de Lula. “Agora, Alckmin empresta a sua história e reputação para validar justamente um candidato que representa o oposto dessa agenda modernizadora que o Brasil precisa. É uma decepção ver o meu amigo se aliar ao Lula neste momento em que nós todos precisamos estar unidos para salvar a democracia das garras do populismo, seja o de Lula ou o de Bolsonaro”, revelou.

Entre as propostas de d’Ávila estão a privatização de todas as empresas estatais brasileiras que, segundo ele em entrevista à CNN, são cabides de emprego , e uma ampla reforma administrativa no país. O Novo é um dos mais recentes partidos brasileiros e foi criado por pessoas com um discurso liberal na economia, algumas ligadas a bancos, e sem histórico de atuação na política partidária tradicional.

Os pontos fracos

A Estrutura Partidária

Pela segunda vez , o Novo vai participar da disputa presidencial sem coligações, o que dá a Luiz Felipe d’Ávila, figura política ainda desconhecida nacionalmente, poucos segundos no horário eleitoral – em 2018, o representante do partido foi o empresário João Amoêdo que ficou em quinto lugar, com 2,7 milhões de votos. Na última pesquisa Datafolha , divulgada em 28 de julho, d’Ávila não chegou a pontuar.

Os pontos fortes

Palanque estadual

O principal palanque eleitoral de d’Ávila será em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, ao lado de Romeu Zema, atual governador do estado que tenta a reeleição e lidera as pesquisas de intenção de voto. Zema já declarou apoio e lealdade à candidatura do correligionário.

Quem é seu vice

Tiago Mitraud, também do Novo, foi o escolhido do partido para compor a chapa à Presidência ao lado de Luiz Felipe d’Ávila.

Nasceu em Brasília, tem 35 anos, e é deputado federal em primeiro mandato, eleito em 2018 pelo Novo de Minas Gerais. Mitraud cursou administração na UFPR (Universidade Federal do Paraná) e se formou no programa de desenvolvimento de lideranças da Harvard Business School. Já foi diretor executivo da Fundação Estudar e presidiu a Brasil Júnior.

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