Expresso

A escola americana que mescla sala de aula e museu infantil

Lucas Zacari

01 de abril de 2023(atualizado 06/02/2024 às 10h57)

Localizada em Pittsburgh, instituição foi considerada uma das melhores invenções de 2022 pela revista Times ao inserir elementos para aprendizado na disposição do espaço físico

O Nexo depende de você para financiar seu trabalho e seguir produzindo um jornalismo de qualidade, no qual se pode confiar.Conheça nossos planos de assinatura.Junte-se ao Nexo! Seu apoio é fundamental.

FOTO: LAURA PETERS/CANNONDESIGN

Área de convivência das crianças na escola primária e secundária Ehrman Crest, nos EUA. Várias crianças estão dispostas em mesas em um grande salão. Ao fundo, uma escada e uma rampa em formato circular

Área de convivência das crianças na escola primária e secundária Ehrman Crest, nos EUA

A transmissão de conhecimentos é uma característica que une e assemelha salas de aula a museus infantis . Partindo desta premissa, a escola pública de ensino fundamental e médio Ehrman Crest, localizada próxima ao município de Pittsburgh, nos EUA, se inspirou na imersividade do Museu Infantil da cidade para criar ambientes de ensino mais atrativos para crianças e adolescentes.

A escola primária e secundária foi inaugurada em 2022, após quatro anos de trabalho conjunto entre o Distrito Escolar do Vale do Seneca , onde a Ehrman Crest está localizada, o Museu Infantil de Pittsburgh e o escritório de arquitetura CannonDesign .

Em 2014, o conselho escolar local contratou a empresa de arquitetura para reformar uma escola que tinha 84 anos. Após estudo de viabilidade, os arquitetos sugeriram que uma nova instituição fosse construída em parceira com o museu da cidade.

Com aporte financeiro de US$ 63 mihões, divididos entre as três partes do projeto, o prédio abandona o design tradicional das escolas americanas — com salas de aulas padronizadas e corredores servindo como local de passagem entre as áreas — e adota elementos lúdicos e interativos. A iniciativa foi escolhida uma das melhores invenções do ano de 2022 pela revista Times , que ressaltou que a construção “modela o futuro das instituições educacionais”.

“Ensinar é o que importa, mas o prédio deve complementar o ensino desde o momento em que a criança abre a porta”, disse a superintendente da escola, Tracy Vitale, ao portal da Ehrman Crest .O distrito escolar pretende avaliar a eficácia dos elementos do projeto e aplicar os aprendizados em reformas de outros prédios escolares, segundo a revista Smithsonian.

FOTO: LAURA PETERS/CANNONDESIGN

Os espaços comuns da escola também se tornam pontos de ensino. Do lado direito da imagem, há crianças reunidas em círculo, com a mão levantada. Ao centro, uma mulher e, atrás dela, uma parede vermelha com papéis coloridos.

Os espaços comuns da escola também se tornam pontos de ensino

Um ambiente que também ensina

Logo na entrada do prédio, as crianças podem observar a água da chuva escorrendo de um grande funil colocado no telhado. O propósito da instalação é que os estudantes se interessem pelos motivos para aquele fenômeno acontecer.

O que mais chama a atenção é a longa rampa no salão principal da escola. Paredes magnéticas em curvas abrigam desenhos dos alunos e ensinam sobre formas geométricas e ângulos. Do topo, é possível observar as áreas comuns por meio de luzes coloridas, o que torna a experiência infantil mais agradável.

FOTO: LAURA PETERS/CANNONDESIGN

A rampa do salão principal. Uma longa e circular rampa, com grades cinzas ao redor do caminho. Há crianças e adolescentes subindo-as

A rampa do salão principal

Há também um trabalho de sustentabilidade na escola. A eletricidade é proveniente de placas solares que ficam no telhado da instituição, local disponível para visitação por parte dos alunos. No terraço, os próprios alunos cultivam hortaliças e outras plantas.

O desenho e o mobiliário das salas de aula podem ser modificados pelos professores de acordo com sua maneira de conduzir o ensino. A ideia é permitir que o docente desenvolva abordagens distintas para se adaptar a diferentes formas de aprendizagem que os alunos possam ter.

As mesas funcionam como um quadro-branco: pode-se escrever ou desenhar nelas, ou juntá-las com as de colegas. Além disso, na sala de artes da escola — que também é o local de abrigo em caso de emergências como grandes tempestades e furacões — os projetos dos alunos são colocados em murais não somente quando a obra está finalizada, mas enquanto está sendo feito.

FOTO: LAURA PETERS/CANNONDESIGN

Sala de artes do jardim de infância, com os projetos dos alunos expostos. Há crianças de pé, ao redor de mesas, mexendo em pequenas peças. A sala é toda feita com estacas que simulam madeira e, no alto, há vários tubos coloridos que iluminam a sala

Sala de artes do jardim de infância, com os projetos dos alunos expostos

A diretora da Ehrman Crest, Lauri Pendred, explicou à revista Smithsonian o porquê da metodologia: “Nós nos esforçamos para ensinar o processo de aprendizagem e não apenas focar no produto final; isso promove uma mentalidade de crescimento e aprendizado com nossos erros”.

NEWSLETTER GRATUITA

Nexo | Hoje

Enviada à noite de segunda a sexta-feira com os fatos mais importantes do dia

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Gráficos

nos eixos

O melhor em dados e gráficos selecionados por nosso time de infografia para você

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Navegue por temas