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Parte de página de uma das histórias em quadrinhos do “Mickey All Stars”

Em 2024, ano em que a primeira versão de Mickey Mouse entrou em domínio público, a Panini publicou no Brasil, no fim de fevereiro, a HQ “Mickey All Stars”. Lançada originalmente na França em 2018 para comemorar os 90 anos do personagem de Walt Disney, a coletânea tem releituras do desenho do rato produzidas por 47 quadrinistas. 

A edição trazia uma exigência narrativa: as histórias precisavam ser de uma página, com Mickey entrando no primeiro quadrinho por uma porta e saindo por outra no último quadrinho. A limitação é um exercício de criatividade conhecido como Oubapo (sigla em francês para Oficina de Quadrinhos Potenciais). 

Quando o Oubapo surgiu 

A técnica foi criada em 1992 pela editora francesa L’Association. Segundo artigo da professora Maria Clara Carneiro, do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), a intenção era combater a invisibilidade e a desvalorização das HQs no mundo das artes, quebrando clichês narrativos.