Expresso

Como é a árvore genealógica das plantas angiospermas

Pedro Bardini

30 de abril de 2024(atualizado 30/04/2024 às 20h51)

Mais de 200 cientistas ao redor do mundo colaboraram na criação. Resultado pode auxiliar a conservação de espécies diante da mudança climática e a descobrir novos compostos medicinais

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FOTO: Reprodução do artigoárvore genealógica das angiospermas

“Árvore da vida” das plantas retrata as angiospermas analisadas no estudo

Uma pesquisa realizada por cientistas do Royal Botanic Garden, no Reino Unido, com colaboradores ao redor do mundo, mapeou o DNA de 9.500 espécies de angiospermas para criar a “árvore da vida” das plantas. O estudo foi publicado em abril pela revista científica Nature.

O grupo de plantas das angiospermas é o mais abundante no planeta, bem como o mais moderno. O fruto é a principal característica dessas plantas — e o que as diferencia das demais.

Como foi o estudo

Mais da metade dos gêneros de angiospermas existentes foi mapeada para construir a árvore genealógica. Para isso, cerca de 1,8 bilhão de letras de códigos genéticos foram separadas através do magnetismo, método de análise molecular eficaz para coletar dados de espécies novas e extintas.

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O material para análise foi extraído de plantas vivas e plantas secas. De todas as espécies sequenciadas, cerca de um terço foi obtido em herbários — onde um catálogo de plantas secas e desidratadas é preservado.

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é o número de vezes a mais que o método de magnetismo gerou de dados em comparação com qualquer outro estudo da área. 

De acordo com os pesquisadores, o magnetismo obteve um resultado semelhante ao que um computador obteria em 18 anos.

“Analisar esta quantidade de dados sem precedentes para descodificar a informação escondida em milhões de sequências de DNA foi um enorme desafio. Mas também ofereceu a oportunidade única de reavaliar e ampliar o nosso conhecimento sobre a árvore da vida das angiospermas, abrindo uma nova porta para explorar a complexidade da evolução das plantas”, disse Alexandre Zuntini, autor do artigo, em entrevista ao próprio blog do Botanic Gardens.

Amostras de plantas extintas também foram analisadas. Os fósseis, que estavam conservados há 200 anos, tiveram o DNA sequenciado. Além dessas plantas, 511 espécies em risco de extinção estão presentes na árvore genealógica das angiospermas.

Para Zuntini, a contemplação dessas espécies é importante porque: “se você tem um grupo de plantas que representou, no passado, uma linhagem inteira, e que hoje em dia só é reconhecido por poucas espécies, é importante a gente preservar esse grupo mais do que um grupo amplamente distribuído [representado na árvore]”.

FOTO: Universidade de Neuchâtel/Wikimedia Commons

Espécie Amaranthus hybridus seca e prensada em herbário da Universidade de Neuchâtel, na Suíça

A Árvore da Vida

Como nas demais árvores genealógicas, a das angiospermas representa aquelas espécies que primeiro provocaram a maior diversificação das plantas, em ilustração. A localização de cada angiosperma na “árvore da vida” corresponde às suas propriedades. 

Já as linhas verticais representam a taxa de diversificação das angiospermas ao longo dos períodos e eras geológicas, indicados pela linha horizontal no centro. Quanto mais vermelha a linha vertical, maior a diversificação de tipos de plantas que a espécie ilustrada gerou.

Os pontos pretos indicam a relação evolutiva entre os diferentes gêneros, espécies e tipos de angiospermas durante a vida terrestre. Eles foram obtidos através da coleta de dados dos fósseis.

José Rubens Pirani, que colaborou com a pesquisa, disse em entrevista ao Jornal da USP que o estudo auxiliará em “futuras tentativas de identificar novas espécies, a refinar a classificação das plantas, a descobrir novos compostos medicinais e a conservar plantas diante das mudanças climáticas e da perda de biodiversidade”.

Além dos cientistas do Royal Botanic Garden, mais de 200 profissionais de 138 organizações em 27 países colaboraram com a árvore genealógica das plantas. 16 colaboradores são brasileiros, entre eles, José Rubens Pirani e Alexandre Zuntini.

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