FOTO: STRINGER/REUTERS – 29.06.2021

Depois de tomar o controle de importantes cidades na última semana, o grupo fundamentalista islâmico Taleban iniciou neste domingo (15) o cerco a Cabul. Com a chegada do grupo na capital afegã, opresidente Ashraf Ghani fugiu do país, segundo Abdullah Abdullah, chefe do Conselho de Reconciliação Nacional Afegão. O Taleban já ocupa a capital e invadiu o palácio presidencial.

“O ex-presidente do Afeganistão deixou o Afeganistão, deixando o país nessa situação difícil. Deus deveria fazê-lo pagar ”

Abdullah Abdullah

chefe do Conselho de Reconciliação Nacional Afegão em vídeo publicado nas suas redes sociais

Em uma postagem no Facebook, Ghani afirmou que deixou o país para evitar confrontos com o grupo e derramamento de sangue.Ele não revelou detalhes sobre sua localização atual.

Antes da fuga do presidente, o porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid, divulgou um comunicado dizendo que o grupo não pretende recorrer à violência durante a tomada da capital. “Não queremos que civis sejam feridos ou mortos, mas não declaramos um cessar-fogo”, afirmou. O gabinete de forças do governo também confirmou que a situação está sob controle. Em vídeo, o ministro Mirzakwal disse que “haverá uma transferência pacífica de poder para um governo de transição”.

Assim que o grupo cercou a capital, os Estados Unidos retiraram, de helicóptero, seus diplomatas da embaixada em Cabul. Outros países como Alemanha, Itália e Reino Unido anunciaram a mesma decisão. Já a Rússia disse que não vai evacuar sua embaixada e recebeu a garantia do Taleban de que o grupo manterá a sede diplomática de Moscou em segurança.

A tomada do Afeganistão pelo grupo fundamentalista ganhou força a partir de início de 2021, quando os Estados Unidos iniciaram um movimento de desocupação do país e retirada de suas tropas. Os EUA mantiveram a ação militar no Afeganistão por mais de duas décadas, configurando o mais longo conflito armado americano.

O avanço do Taleban sobre Cabul já era esperado para o mês de setembro, quando os Estados Unidos oficialmente retirarão todas as suas tropas, mas a tomada veio mais cedo. No final de junho, ogeneral que comanda a missão dos Estados Unidos no Afeganistão, Austin S. Miller, disse que temia uma guerra civil generalizada no país após a retirada das tropas americanas, com grupos competindo para assumir o vácuo deixado depois de mais de 20 anos.

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